Política

Ex-presidente de ONG doou dinheiro para campanhas de Rui e Pelegrino em 2006

Imagem Ex-presidente de ONG doou dinheiro para campanhas de Rui e Pelegrino em 2006
Petistas afirmam que contribuição foram provenientes de jantares de adesão  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 25/09/2014, às 06h43   David Mendes (Twitter:@__davidmendes)


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A presidente da ONG Instituto Brasil, Dalva Sele Paiva, pivô do escândalo publicado pela revista Veja no último final de semana, doou, como "pessoa física", dinheiro para as campanhas de Nelson Pelegrino (PT) e Rui Costa (PT) em 2006.

Naquele ano, os petistas disputavam a Câmara Federal. Pelegrino, que tentava a reeleição, foi eleito com 171.129 votos. Já Rui Costa, que era o secretário de Relações Institucionais do governo da Bahia obteve apenas 38.020 sufrágios e ficou na suplência.

Conforme prestação de contas dos dois políticos junto à Justiça Eleitoral, Dalva Sele contribuiu para Pelegrino com R$ 2 mil e para Rui Costa R$ 1 mil.



Nesta terça (23), reportagem do Bocão News mostrou que Dalva Sele ingressou na vida pública como braço direito da atual deputada estadual pelo PT, Maria Del Carmen, quando comandou a extinta Superintendência de Manutenção e Conservação de Salvador (Sumac), hoje Sucop, e logo depois a Secretaria Municipal de Infraestrutura durante a administração Lídice da Mata (1993-1996).

Principal aliada de Pelegrino e também integrante da tendência Esquerda Democrática Popular (EDP), inclusive com dobradinha com Pelegrino desde 2010 quando se elegeu pela primeira vez para a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Del Carmen assumiu a Conder em 2007, logo após a posse do governador Jaques Wagner (PT), ano em que foram firmados contratos com a Organização Não Governamental (ONG) comandada pela sua ex-chefe de gabinete. Em nota enviada à imprensa ontem, Del Carmen afirmou que “desconhece qualquer esquema de corrupção" e "repudia as denúncias efetuadas por Dalva Sele Paiva à Veja”. Ainda segundo a deputada petista, os serviços contratados pela Conder ao Instituto Brasil teriam sido executados, já que houve "captação dos recursos para inúmeras obras do PAC 1 [Programa de Acelaração do Crescimento do Governo Federal]”.

Em contato com a reportagem, Rui e Pelegrino informaram que os recursos adquiridos durante a campanha de 2006 foram provenientes de 
jantares de adesão, considerado um recurso legal utilizado para levantar fundos para campanha e, além disso, as contribuições estão documentadas junto ao TSE, o que não configuraria irregularidades.

"O evento é aberto a todos que desejam contribuir, dispensando convites. Dalva Sele adquiriu ingresso para o jantar em 2006, um ano após o ex-governador Paulo Souto ter firmado três contratos com a ONG Instituto Brasil, portanto antes do governo Jaques Wagner", afirmou Pelegrino.


Citado por Dalva nas denúncias da Veja, Rui Costa, que disputa o governo da Bahia pelo PT nas eleições deste ano, divulgou hoje uma certidão emitida pelo Grupo de Atuação de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa do Ministério Público Estadual (MPE), coordenado pela promotora Rita Tourinho. No documento, o órgão afirma que o postulante petista não é alvo da investigação, que apura suposto desvio de recursos públicos em benefícios de políticos do PT da Bahia.





Publicada no dia 24 de setembro de 2014, às 18h25

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