Política

Lava-Jato: Gabrielli presta depoimento à Justiça nesta segunda-feira

Roberto Viana
Ex-diretor da Petrobras será interrogado pelo juiz Sérgio Moro por videoconferência  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana

Publicado em 15/09/2014, às 06h19   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli deve prestar depoimento a partir das 14 horas desta segunda-feira na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba. Gabrielli, que mora em Salvador, será interrogado pelo juiz Sérgio Moro por videoconferência em um dos dez processos já abertos desde o início da Operação Lava-Jato. Segundo matéria de o Globo, a audiência será acompanhada pelo doleiro Alberto Youssef e outros réus acusados de desvio de dinheiro da Petrobras e outros crimes. Ele vai falar na condição de testemunha.

Gabrielli foi presidente da Petrobras entre 2005 e 2012, período em que a empresa tinha entre seus diretores o engenheiro Paulo Roberto Costa, um dos alvos centrais da Lava-Jato. Costa é acusado de intermediar contratos entre a grandes empreiteiras e a Petrobras com a ajuda de políticos de vários partidos.

Na série de depoimentos que vem dando desde o início de sua delação premiada, Costa disse que 3% do valor de cada um dos contratos era desviado para pagamento de propina. Em depoimentos nas duas CPIs sobre a Petrobras, Gabrielli foi instado a se explicar sobre a compra da refinaria de Pasadena, em 2006, negócio que pode ter provocado um prejuízo de mais de R$ 500 milhões aos cofres da estatal, conforme estimativas que ainda estão sendo feitas pelo Tribunal de Contas da União.


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Diante de uma série de perguntas de parlamentares da oposição, Gabrielle negou qualquer irregularidade na transação. Segundo ele, a refinaria foi comprada abaixo do preço de mercado. Nesta semana, deve terminar a série de depoimentos que Paulo Roberto Costa vem prestando desde o dia 29 de agosto a um grupo de procuradores e de delegados da Polícia Federal. Se considerarem suficientes, procuradores poderão opinar pela liberação do ex-diretor. Ele está preso há três meses.

A CPMI da Petrobras também pretende interrogar o ex-diretor da Petrobras sobre as acusações que ele teria feito contra o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), contra três governadores, contra o tesoureiro do PT João Vaccari Neto e pelo menos 25 deputados e senadores de vários partidos.

Mas a ida de Costa à CPMI é vista com ressalvas por procuradores da força-tarefa encarregada de investigar supostos crimes das organizações supostamente criadas pelo ex-diretor e por Youssef. Para os procuradores, a CPI deveria cuidar de problemas internos antes de pedir informações a Costa. Pelo dois parlamentares, que integram a CPMI, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que integram a CPI, tiveram seus nomes vinculados às denúncias de Costa.

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