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Governo quer integrar ferry e lanchas ao metrô, mas depende também dos ônibus

Imagem Governo quer integrar ferry e lanchas ao metrô, mas depende também dos ônibus
Prefeitura diz que proposta do governo faz usuário pagar mais por serviço  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 12/09/2014, às 19h48   David Mendes (Twitter:@__davidmendes)


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A Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Sedur) estuda a possibilidade de integrar também os sistemas ferryboat e lanchas ao metrô de Salvador.

Conforme apurou a reportagem, técnicos da pasta estudam integrar os dois modais, igualmente ao que se pretende implantar nas linhas metropolitanas, todas reguladas pelo Estado.

A ideia da administração estadual é implantar também nas embarcações que realizam as travessias até as ilhas um bilhete metropolitano único que assegura aos usuários acesso aos sistemas pagando apenas uma passagem. O problema é que para ter plena eficácia e funcionamento, a proposta depende dos ônibus da capital baiana.

Na teoria, o passageiro compraria uma passagem no Terminal de Bom Despacho, na Ilha de Itaparica, por exemplo, depois tomaria um ônibus de São Joaquim até a estação de metrô mais próxima, a Lapa – 7 km – e iria até uma das cinco estações de metrô (Campo da Pólvora, Brotas, Bonocô, Acesso Norte e Retiro). Depois, caso necessitasse, o passageiro poderia pegar ainda um outro ônibus até o seu destino final.

Mas, o difícil será encontrar uma fórmula para viabilizar tudo isso.


Nesta sexta-feira (10), a Sedur comunicou o adiamento do início da operação comercial do metrô, previsto para a próxima segunda (15) e culpou a prefeitura de Salvador pela suspensão da cobrança. “A inobservância pelo Município do Salvador das condições do Contrato de Programa e do prazo estabelecido no Convênio Intrafederativo prejudicaram a implantação tempestiva da integração dos ônibus urbanos ao metrô”, afirmou a pasta, que acusa a prefeitura de "privar" a população de um serviço considerado “de qualidade inquestionável”.

Em nota enviada à imprensa hoje, a Semut afirmou que a prefeitura “não vai permitir que o Estado transfira para a população o ônus de pagar uma tarifa mais elevada que a do ônibus (R$ 2,80), que está congelada há três anos”. Na integração do metrô com os coletivos, o valor estimado é de R$ 3,90 (R$ 2,80 + R$ 1,10).

Em conversa com a reportagem, o secretário Fábio Mota questionou a proposta do governo. Primeiro, para o chefe da pasta, o governo ainda não entregou os estudos de viabilidade do sistema, já que a ideia seria suprimir as linhas existentes que realizam o mesmo trajeto do metrô. “Qual a quantidade de pessoas que as estação comportam? Não sabemos”, criticou Mota. 

“Todos esses elementos e estudos são necessários para elaborarmos um plano de ação sem que a população venha pagar a conta e ainda passe a utilizar um serviço pior”, defendeu o secretário municipal.

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