Política

UTC Engenharia financia campanha de Bebeto Galvão a deputado federal

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O pessebista é presidente licenciado do Sintepav  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 13/09/2014, às 06h28   Cíntia Kelly (Twitter: cintiakelly_)


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Desde que o sindicalismo surgiu e se fortaleceu no Brasil, no final da década de 1970, sindicalistas ficam de um lado e patronato de outro. Com a eleição, a situação fica diferente. A questão que surge é: um candidato sindicalista deve receber doação de empresa ligada ao patronato? Exemplo: um postulante a deputado oriundo do movimento sindical dos bancários deve receber dinheiro de banco para campanha?

O candidato do PSB a deputado federal pelo PSB, Bebeto Galvão, presidente licenciado do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada (Sintepav), não se sentiu constrangido por receber R$ 50 mil da UTC Engenharia. A doação foi feita no dia 15 de agosto.

Em sua prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 14 doadores de sua campanha, a UTC Engenharia foi a que fez a maior doação. Outros  R$ 6.440 foram de fundo partidário que chegaram até Galvão pela campanha de Lídice da Mata, candidata ao governo pelo PSB.  A Associação Cultural Casa D´Itália injetou R$ 3.500. Os demais doadores são pessoas físicas, a exemplo de Antônio Roberto Prates Maia que agraciou Bebeto com R$ 16 mil.


Não há ilegalidade. Mas há contradição do pessebista em receber doação de uma empresa que representa para o Sintepav o patronato. Segundo o cientista político da Universidade Federal da Bahia, Jorge Almeida, é contraditório Bebeto ter a campanha financiada por empresa ligada ao patronato. “É no mínimo uma contradição. É um líder de trabalhadores recebendo para sua campanha recursos do patronato”, assinalou ao Bocão News. O site entrou na quinta-feira (11) em contato com a assessoria do candidato, mas não teve retorno. Novo contato foi feito nesta sexta-feira (12) e, aidna assim, não obteve resposta.

Pagamento de propina - A UTC Engenharia ganhou a mídia nos últimos dias por ter sido apontada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa com uma das empresas a fechar contrato com a estatal e pagar 3% de propina a políticos. A empresa doou pelo menos R$ 12,9 milhões para principais campanhas do país, segundo dados do TSE.

A candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT), recebeu duas doações de R$ 2,5 milhões. O candidato Aécio Neves (PSDB) também foi beneficiado pela empreiteira com duas transferências bancárias: R$ 500 mil cada uma.

Outro beneficiado foi o deputado federal Renan Calheiros Filho (PMDB), candidato ao governo de Alagoas, que recebeu um cheque de R$ 500 mil, em 25 de agosto, para sua campanha.

* Matéria originalmente publicada na sexta-feira (12), às 11h18

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