Política

Petrobras: ex-diretor delata 61 deputados e senadores propineiros

Imagem Petrobras: ex-diretor delata 61 deputados e senadores propineiros
Além dos parlamentares do PT, PP e PMDB, um governador também recebeu propina  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 05/09/2014, às 17h52   Redação Bocão News (Twitter:@bocaonews)


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O ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, citou 49 deputados, 12 senadores e um governador do PT, PP e PMDB que receberiam 3% de comissão sobre o valor de cada contrato da Petrobras firmados durante sua gestão na diretoria de Abastecimento.

Paulo Roberto depõe, desde sexta feira (29), em regime de delação premiada para tentar obter o perdão judicial. Ele é alvo da operação "Lava Jato", da Polícia Federal (PF), que desmantelou um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção na estatal braisleira que pode chegar a R$ 10 bilhões.

O ex-executivo da petrolífera brasileira relatou a formação de um cartel de empreiteiras dentro da Petrobras em quase todas as áreas da empresa. Partidos políticos eram beneficiários de recursos desviados por meio de comissões em contratos arranjados. E exemplificou: "Todo dia tinha político batendo em sua porta". Em outro depoimento, ele citou uma conta de um "operador do PMDB" em um banco europeu.

Paulo Roberto contou que os desvios nos contratos da Petrobras envolveriam desde o funcionário do terceiro escalão até a cúpula da empresa, durante sua gestão na diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012.

O ex-dirigente também citou quase todas as grandes empreiteiras do país que conseguiram os contratos. Inicialmente seu alvo foram as companhias, mas não havia como isentar os políticos, uma vez que, segundo ele, foram beneficiados com propinas.

Por causa da citação aos políticos corruptos, que têm foro privilegiado, os depoimentos serão remedidos para a Procuradoria Geral da República (PGR). O órgão afirmou que só irá receber a documentação ao final do processo de delação.

O acordo de delação premiada assinado por Paulo Roberto prevê praticamente o perdão judicial. A pena que ele receberá será mínima comparada aos 50 anos que poderia pegar se responder aos processos - já é réu em duas ações, uma sobre corrupção na Petrobras e outra sobre ocultação e destruição de documentos.

Informações do jornal O Estado de S.Paulo e Folha de S. Paulo.

Classificação Indicativa: Livre

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