Política

O governo não tem moral para fiscalizar empresas, afirma Marcos Mendes

Imagem O governo não tem moral para fiscalizar empresas, afirma Marcos Mendes
Candidato ao governo pelo PSOl, Mendes ataca modelo de financiamento de campanhas  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 22/08/2014, às 08h45   Gabriel Soares (twitter: @bocaonews)


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Na sua segunda candidatura ao governo do estado, Marcos Mendes foi o entrevistado de hoje (21), no Sociedade Alerta. O diálogo ficou marcado pelos ataques que Mendes fez aos candidatos Paulo Souto (DEM) e Rui Costa (PT), alegando que ambos fazem política que enriquece empresários e empreiteiras. 
A entrevista não deixou dúvidas que o candidato do PSOL tem sérias restrições ao modelo de financiamento das campanhas. Para Mendes, este modelo de candidatura é uma forma de negociar o dinheiro público, pois as empresas que injetam dinheiro nessas campanhas serão beneficiadas com "reembolso disfarçado" durante a gestão, segundo o próprio socialista. 
"O governo não tem moral para fazer a fiscalização das empresas que retem impostos", disse Marcos Mendes, ao justificar de que forma as empresas que investem em campanhas recebem este dinheiro de volta. Em resposta a esta lógica, o candidato afirma que recusaria as PPP´s, porque o mesmo garante que essas relações não acontecem com transparência. 
Quando questionado de que forma entraria na disputa, uma vez que outros candidatos destinam milhões para suas campanhas enquanto Mendes tem cerca de R$ 60 mil destinado ao pleito, o entrevistado diz que este é o grande trunfo do seu partido, conseguir fazer política com pouco dinheiro. "O que queremos é mudar este modelo, e 70% da Bahia quer mudança", afirmou. 
Com a campanha limitada devido ao pouco aporte financeiro e pouco tempo de exibição na TV, uma das táticas de Marcos Mendes é utilizar os programas de rádio e a internet para atingir o eleitorado. "A nossa saída é usar espaços democráticos como este para denunciar este cenário político. É preciso muita criatividade, humor e inteligência para disputar desta forma", explica Mendes. 
Enquanto proposta, o candidato diz que profissionais de saúde, educação e segurança pública terão outro trato no governo dele. Segundo Mendes, "o governo mantêm uma espécie de escravidão contemporânea quando não promovem carreira de estado e buscam outros vínculos trabalhistas, como acontece na saúde". 
A oportunidade serviu para o candidato do PSOL "tirar o chapéu" para os servidores públicos, como fez questão de enfatizar. "São verdadeiras heróis os educadores e profissionais de saúde na Bahia. Médicos, enfermeiros e técnicos tiram dinheiro do seu próprio bolso para fazer unidades funcionarem, e professores mereciam que a sociedade fizesse greve em prol do seu reconhecimento", disse ao concluir seu raciocínio sobre o trato com servidores do estado. 
O também candidato ao governo, Paulo Souto (DEM), sofreu fortes acusações de Marcos Mendes. O socialista afirma que a privatização de serviços do estado começou no governo do democráta e do seu grupo político, privatizando a saúde e a Coelba. "O governo de Paulo Souto jogou uma série de cascalheiras que contaminou as águas de Santo Amaro, sendo responsável pela intoxicação de várias famílias", disparou. 
A rodada de entrevistas começou nesta segunda-feira (18), tendo como os primeiros entrevistados: Paulo Souto (DEM), Rui Costa (PT) e Rogério Tadeu da Luz (PRTB).

Publicada no dia 21 de agosto de 2014, às 18h43

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