Política

Jaques Wagner desconstrói unidade da oposição

Gilberto Jr.
Para ele, houve apenas junção de partidos. E disse mais: PMDB e DEM não têm projeto  |   Bnews - Divulgação Gilberto Jr.

Publicado em 28/07/2014, às 11h56   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O que muitos chamam de unidade da oposição entre PMDB e DEM, o governador da Bahia, Jaques Wagner, chama de junção. “É público e todo mundo sabe o trauma e o mal-estar que foi. É algo que até que não me compete, pois não gosto de ficar falando dos outros, mas eu sei que estava tudo certo para ser Geddel o candidato”, disse em entrevista à Tribuna da Bahia.

Para Wagner, a oposição não tem um projeto. “Qual é o projeto político que é o guarda-chuva da chapa? É o projeto do PMDB? Do DEM? O nosso tem projeto, o nacional de Lula, Dilma e o meu e os nossos aliados. Eu acho que você ganha com projeto e não um somatório por si só de votos. Eu acho que se juntaram, mas não tem unidade”, avalia.

Entretanto, o chefe do Executivo estadual pondera e não vê facilidade na disputa eleitoral deste ano. “Mas toda campanha para mim é dura, não tem uma fácil e acho que temos muita consistência para ter boa campanha e um bom desempenho na eleição e acredito absolutamente na vitória”.

Na entrevista, Wagner tratou sobre diversos assuntos, incluindo um dos mais espinhosos do seu governo: a segurança ou a falta dela. Ele diz reconhecer os problemas enfrentados pela pasta. “Eu reconheço que eu não consegui, nos primeiros quatro anos, implementar o que estava na minha cabeça. (...) Aqui, na Polícia Militar ninguém sabia qual era a regra, pois a regra era a vontade do telefonema que tocava. Como você dá pulso a uma instituição que depende fundamentalmente de disciplina, hierarquia e todo mundo tem que saber que o limite de autoridade é a lei se a regra era autoridade não tem limite? (...) Comigo, a Polícia Civil sabe que não precisa me perguntar nada. Eu acho que começamos a deslanchar mais quando conseguimos implantar o Pacto pela Vida. Nada diferente do planejamento feito em Belo Horizonte, Pernambuco e que são as melhores práticas. Estamos melhorando a capacidade de diagnosticar, o reconhecimento das pessoas, o mapa da mina do crime, tem integração com o Judiciário.

Contrariando as criticas, o governador afirmou que há quatro anos a taxa de homicídio vem sendo reduzida em Salvador. ”O ano de 2011, nos últimos dez anos, foi a primeira vez que caiu. 2012 ia cair ainda mais, mas fizeram um absurdo daquela greve que saíram matando nas ruas e 2013 caindo 8%. Se me perguntar: está satisfeito? Digo não. Caiu, mas o patamar é alto. O ex-governador vai ter que dar explicações. Nos quatro anos antes da minha posse, a taxa de homicídio foi de 87%, a minha é de 60%. Continuo insatisfeito, quero uma taxa negativa. Nos quatro anos dele foi reduzido os contingentes da polícia, cresceu homicídio, e se for pegar os sete anos antes de mim é 63% no meu e 240% no deles”.

Wagner continua defendendo a gestão da segurança em seu mandato. “Eu investi duas vezes mais. Ele tem que reconhecer que estamos em um caminho irreversível. Hoje quem senta na reunião do Pacto pela Vida é o Márcio Fahel (novo chefe do Ministério Público) e Erseval Rocha (presidente do Tribunal de Justiça) e eu. Isso nunca foi visto na Bahia. Hoje as pessoas sabem que tem caminho. Você tocou em um ponto. Se eu pudesse contratar e, olha que eu sou o que mais contratou, contrataria mais 15 mil, mas eu não tenho orçamento, estou perto do limite prudencial. Você tem limitação. Você tem razão: o estado do tamanho da Bahia tem que ter mais policiais. Por isso muita gente discute do governo federal criar um sistema de segurança único, tipo um SUS, compartilhar essa tarefa, mas isso seria muito complicado. Ninguém tem saída mágica. Digo, qualquer número, de segurança, que você quiser, Paulo Souto não tem um argumento verdadeiro para se credenciar. Lídice pode falar, pois nunca foi governadora, mas ele não tem um argumento de segurança. Números de pessoas, perde. Salário de policiais, perde. Infra, da bota a farda, armamento e comunicação, perde. Veículo, perde. Comunicação, não tem o que falar. Inteligência, perde. Naquela época só se falava de Ravengar e hoje não tem nenhum grande chefe do crime em atuação aqui na Bahia. Durante a campanha vou mostrar os números e Rui terá os projetos dele".



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