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Com 14 obras paradas, quase três mil pessoas podem virar credores da PDG

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Os mais de 200 clientes que investiram no empreendimento já estão na lista de credores da companhia por distrato  |   Bnews - Divulgação Arquivo / BNews e Reprodução

Publicado em 16/06/2017, às 20h31   Redação BNews


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Resultado de imagem para pdg bocaonewsO Monumental Oscar Niemeyer — projeto comercial que leva a assinatura do arquiteto com 798 unidades entre lojas, escritórios e quartos de hotel — vai voltar para a gaveta, de acordo com o jornal O Globo. Lançado em 2014 e com a previsão de abrir as portas em maio deste ano em Niterói, o projeto teve 10% da obra realizados e está entre os que serão cancelados pelo Grupo PDG, em recuperação judicial.
Segundo a reportagem, os mais de 200 clientes que investiram no empreendimento já estão na lista de credores da companhia por distrato. A situação é a mesma dos compradores de unidades do Meridiano, projeto de alta renda no Arpoador. Dos 16 empreendimentos em andamento da PDG, 14 têm as obras paradas: mais de cinco mil unidades residenciais e comerciais, sendo 2.900 vendidas.
A reportagem detalha que são clientes que correm o risco de engordar a lista de credores. Concluir essas obras — ou passá-las a uma empresa que possa fazer isso — é um dos principais caminhos para garantir o pagamento de seus compromissos financeiros. A dívida incluída na recuperação é de R$ 6,92 bilhões, fora R$ 1,55 bilhão que deve ser negociado fora do processo.
"O Meridiano e o Niemeyer estão previstos no plano de recuperação judicial para serem cancelados. Não está definido ainda. Quem já investiu (nesses projetos) vai para a lista de credores, recebendo de volta o quanto já pagou", explica Vladimir Ranevsky, diretor-presidente da PDG.
"A recuperação da PDG é a mais complexa já feita no setor imobiliário, envolve centenas de SPEs (Sociedades de Propósito Específico). É um setor sensível, lidamos com o sonho da casa própria das pessoas. Todos os ativos da empresa foram dados em garantia aos credores, os existentes e os futuros, no plano. Estamos honrando os compromissos que a empresa tem e respeitando o marco regulatório do setor", continua.
Ainda de acordo com o jornal, o primeiro passo será obter o aval para o plano em assembleia de credores. Mas alguns entraves já são percebidos. A proposta de pagamento aos credores sem garantias (classe III), onde se encaixam os clientes da PDG, é uma delas. Quem distratou imóvel, por exemplo, já consta dessa lista. Só em 2016, foram 3.044 distratos, num total de R$ 1,1 bilhão. Neste ano, até março, foram 643 (R$ 141 milhões). Na classe III, o credor pode receber 12 meses após a homologação do plano, até R$ 25 mil, ou converter o crédito em debêntures ou ações da PDG. Ranevsky não soube responder quantos desses distratos foram ressarcidos e quantos entraram na recuperação.
Postado originalmente 10h06

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