Política

MP apura denúncia de corrupção contra deputado Marco Prisco e a Aspra

Publicado em 23/07/2016, às 19h41   Cíntia Kelly


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O Ministério Público  instaurou processo investigatório criminal tendo como alvo o deputado estadual Marco Prisco (PPS), a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares da Bahia (Aspra), Paulo Henrique Pereira de Souza e Fábio da Silva Brito.

Coordenador geral da Aspra, Prisco é acusado de uma série de crimes, que vai desde sonegação de impostos, passando por lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, falsidade ideológica, apropriação indébita e organização criminosa.

De acordo com denúncia assinada pelo policial militar do Batalhão de Guarda Evaldo Silva Santos, cujo conteúdo o Bocão News teve acesso com exclusividade, existem “fortes indícios de que parte do valor arrecadado pela Aspra vem sendo desviado ilegalmente pela administração da referida associação, tendo se instalado” na entidade “um esquema fraudulento, arbitrário e ilegal voltado para a lavagem de dinheiro e sonegação fiscal”.

A Aspra tem nove mil associados, que pagam por mês R$49. Grosso modo, a entidade tem um orçamento mensal de quase meio milhão de reais. A despesa, segundo a denúncia, é “bastante” inferior ao valor arrecadado. “Basicamente, os gastos da associação resumem-se ao pagamento do aluguel de cerca 20 imóveis onde funcionam as suas sedes no Estado da Bahia; pouco mais de 50 funcionários; água; luz; telefone e despesas com deslocamentos e advogados”, diz trecho da notícia crime.

O Ministério Publico apura se houve fraude nas eleições da Aspra, como sinaliza a denúncia. Na assembleia, ocorrida em 23 de novembro de 2014, quando foi eleita a nova diretoria para o quadriênio 2015 – 2018, a lista de presença teria sido alterada. “Diversos diretores da Aspra já confirmaram que estavam no interior do Estado no dia da “assembleia” e que seus nomes foram colocados na lista de eleitores indevidamente, de forma fraudulenta”, revela a denúncia.

O que torna o fato ainda mais grave é a inclusão do nome do soldado Maurício Biano Souza dos Santos. No dia da eleição, ele estava preso no 15º Batalhão, em Itabuna, por estar, à época, respondendo a uma ação penal.

ELEIÇÃO - Em conversa com o Bocão News, o policial Edvaldo Silva Santos afirmou que “existem fortes indícios de desvio de recursos na Aspra”. Ele disse, ainda, que houve o uso do veículo da Aspra na eleição de 2014, quando Prisco disputou e venceu eleição para deputado estadual.

Os pedidos e as negativas sucessivas de prestação de contas por parte da diretoria fizeram com que muitos diretores renunciassem ao cargo.
Um dos diretores que renunciou diz o seguinte: “em protesto pela forma irresponsável com que a Aspra vem sendo administrada, onde é utilizada como jogo de interesses de Prisco e seus bajuladores. A falta de transparência na aplicação dos recursos. As manipulações, mentiras...”.

Conforme a denuncia, alguns sócios da Aspra foram expulsos à medida em que solicitavam ao deputado a prestação de contas da entidade. Um dos associados expulsos descobriu um desvio de R$ 30 mil das contas da entidade.

Outra suspeita levantada pelo denunciante é sobre a compra de uma casa no condomínio Cidade do Sul, no município de Santo Antonio de Jesus. Segundo a denúncia, o imóvel tem valor incompatível com a renda de Prisco.

OUTRO LADO - O Bocão News tentou contato com o deputado Marco Prisco (PPS), mas as ligações não foram atendidas. De acordo com a assessoria de imprensa parlamentar, ele está no interior, onde o sinal de telefonia é ruim. Ainda segundo a assessoria, o deputado vai se pronunciar na segunda-feira (25).

*Colaborou o repórter Rodrigo Daniel Silva

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