Política

Segundo Machado, Gabrielli foi um dos mentores do esquema na Petrobras

Publicado em 28/05/2016, às 08h48   Redação Bocão News (twitter: @bocaonews)


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A delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, atinge em cheio os ex-presidentes da Petrobras, José Sérgio Gabrielli e Graça Foster. Reportagem especial da revista IstoÉ desta semana diz que um dos integrantes da Operação Lava Jato e que participou da delação de Machado feita à Procuradoria-Geral da República afirma que a delação é mais explosiva do que as gravações vazadas entre caciques do PMDB. De acordo com o agente da Lava Jato, Machado afirmou que José Sérgio Gabrielli, ligado a Lula e Jaques Wagner, do PT, é um dos mentores e principais operadores do Petrolão.

“Gabrielli participou da idealização da esquema de corrupção na Petrobras desde o início”, disse o ex-presidente da Transpetro aos procuradores. Machado também afirmou que Foster tinha pleno conhecimento dos desvios de recursos ocorridos em todas as diretorias da empresa e detalhou um enorme esquema de propinas pagas por fornecedores do programa de retomada da indústria naval, projeto acompanhado bem de perto pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em um de seus relatos, Machado citou dois casos em que Gabrielli agiu pessoalmente para que a corrupção se concretizasse. O primeiro é uma operação em que repassou R$ 3,4 milhões para o PT. O dinheiro foi obtido a partir de contratos superfaturados e contabilizado como repasse das empresas Sanko Sider, Empreiteira Rigidez e MO Consultoria para a Murano Marketing LTDA e a Mistral Comunicação, de onde seguiu para os cofres petistas. A Sanko, a Rigidez e a MO Consultoria são empresas de fachada pilotadas pelo doleiro Alberto Youssef. Segundo Machado, toda a operação foi ordenada por Gabrielli. O segundo caso envolve o contrato de US$ 1,6 bilhão da Petrobras com o Grupo Schahin para a construção do navio sonda Vitória 10.000. A operação superfaturada foi feita para saldar uma dívida do PT com José Carlos Bumlai, que contraiu um empréstimo de R$ 12 milhões junto ao banco Schahin e repassou o dinheiro para o partido. Machado afirmou que a direção da Petrobras se posicionou contrária ao contrato, mas Gabrielli impôs que o acordo fosse celebrado.

Sobre Graça Foster, Machado entregou à Procuradoria da República uma lista com as datas de reuniões ocorridas na estatal nas quais desvios de recursos foram denunciados à presidente, que por sua vez não tomou nenhuma iniciativa para conter os malfeitos. Agora a PF deverá usar a informação e confrontar com atas apreendidas na sede da Petrobras. Ainda durante as negociações para a delação, Machado revelou que 80% dos contratos com fornecedores para o projeto de recuperação da indústria naval são superfaturados e que parte do dinheiro retornou para ser destinado aos partidos coligados ao PT. Ele confirmou ter entregado pessoalmente R$ 500 mil a Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras), como parte da propina a ser distribuída entre os aliados. O programa comandado por Machado tinha orçamento de R$ 8,3 bilhões.

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