Política

Falo “pacto” no sentido de acelerar as investigações, diz Romero Jucá

Publicado em 23/05/2016, às 09h15   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O ministro do Planejamento, Romero Jucá, diz que ao falar sobre um “pacto” numa conversa gravada com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, não se refere apenas à Operação Lava Jato. Segundo ele, sua intenção ao usar a palavra “pacto'' tinha um sentido mais amplo. O peemedebista entende ser necessário haver um acordo entre todas as instituições para que o Brasil possa superar a paralisia em que se encontra por causa de várias crises sobrepostas –política, econômica e também por causa das investigações sobre corrupção na Petrobras.

Nesta segunda (23), Jucá explicou o caso ao Blog de Fernando Rodrigues. “Aquela conversa não era sobre um pacto sobre a Lava Jato. É sobre economia, para tirar o Brasil da crise. Quando falo em delimitar é sobre o prejuízo que as empresas terão de pagar. Para que se decida de uma vez. Não ficar algo solto com ilações sobre todo mundo”.

Para Jucá, seria bom que o Supremo Tribunal Federal pudesse dizer “logo quem é que tem culpa e quem não tem”.

“Eu estou num inquérito com 39 pessoas. Eles têm que informar e delimitar quem é culpado. O mesmo também a respeito das empresas”.

O diálogo, segundo Jucá, pode ter sido gravado presencialmente. Ele não acredita em grampo telefônico. Recorda-se ter mantido 2 encontros pessoais “possivelmente” em março com Sérgio Machado –que também é citado na Lava Jato. Uma conversa foi no gabinete de Jucá como senador (ele é eleito pelo PMDB de Roraima; agora está afastado desde 12 de maio, quando assumiu o Ministério do Planejamento). O outro diálogo foi na casa do peemedebista, em Brasília.

“Teve um dia que eu estava em casa, cedo, e me disseram que havia chegado o Sérgio Machado. Não foi algo que ele tivesse me avisado. Mas eu o recebi e tomamos café juntos”, relata. Havia mais alguém à mesa? “Não, só nós dois”.

“Não sei se foi ele o responsável pela gravação ou se colocaram microfones na minha casa. Não tenho como fazer um julgamento a respeito disso”, afirma o ministro do Planejamento.

Qual efeito político terá a gravação para o governo e para a permanência de Jucá na cadeira de ministro? “Eu conversei com o presidente Michel Temer ontem. Disse do que se tratava, expliquei o contexto. Ele me disse que teríamos de ver hoje, esperar a publicação. ‘Vamos ver, vamos ver’, ele falou. Eu estou tranquilo, pois tudo o que está dito ali eu falo em minhas entrevistas. Falo sempre sobre a necessidade de acelerar as investigações –esse é o sentido de delimitar—para que o Brasil saiba logo quem tem responsabilidade e quem não tem. Não podemos ficar paralisados”.

O que está no diálogo e que é mais constrangedor. “As ‘palavras feias’, pois não uso esses termos em entrevistas”.

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