Política

Mil agentes de saúde de Salvador ficam sem salários por conta da greve

Publicado em 03/09/2015, às 10h48   David Mendes (Twitter: @__davidmendes)


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Membros do Sindicato dos Agentes de Saúde protestam na Câmara de Vereadores

Os 3.061 agentes comunitários de saúde e de combate a endemias de Salvador retornaram ao trabalho nesta quarta-feira, após 63 dias paralisados. Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu uma decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que determinava o pagamento aos servidores paralisados, que, segundo a Secretaria, apenas 20% aderiram ao movimento.

A categoria decretou greve como forma de pressionar a administração soteropolitana a pagar o piso salarial nacional, fixado em R$ 1.014, conforme lei federal. “As atividades dos agentes de combate às endemias são essenciais na vigilância, prevenção e controle de doenças, e a manutenção da greve comprometerá, por exemplo, o programa de vacinação contra a poliomielite e a multivacinação, o que afetará diretamente a população”, afirmou o ministro Ricardo Lewandowski, em sua decisão.

De acordo com o secretário municipal de Gestão, Alexandre Paupério, em entrevista ao Bocão News, com o salário base de R$ 788, mais 107% em gratificações, os agentes da capital baiana recebem atualmente salário mensal R$ 1.635, valor acima do piso nacional. Segundo Paupério, a reivindicação do pagamento do piso iria onerar os cofres públicos em cerca de R$ 54 milhões por ano, recursos que a prefeitura não teria de onde tirar. “Tem municípios que os agentes recebem só o piso nacional de R$ 1.014”, justificou o chefe da pasta, em entrevista ao Bocão News. Atualmente, 1.540 agentes comunitários e 2.061 agentes de endemias atuam nos bairros da capital baiana.

Com a decisão do STF, cerca de mil agentes tiveram os contracheques zerados na folha de pagamento de agosto, por conta dos dias não trabalhados desde o início da greve, no final de junho. A prefeitura diz que cumpriu a determinação judicial. “Lamentamos isso, mas é a lei e temos que cumprir o que ela determina, que foi cortar os dias não trabalhados. Estamos à disposição para conversar, inclusive convidamos o sindicato para uma conversa, porque sabemos que o Município depende do importante trabalho dos agentes. Houve uma demanda e a prefeitura não irá virar as costas”, disse Paupério.

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