Política

Após 12 anos no poder, Wagner encampa discurso da reforma política

Publicado em 30/05/2015, às 16h21   David Mendes (Twitter:@__davidmendes)


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O ministro da Defesa e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), desembarcou em Salvador, neste sábado (30), para participar do encontro do PT baiano e na bagagem trouxe um discurso afiado de defesa do seu partido, que vive atualmente uma crise, com índice de impopularidade altíssima perante à nação brasileira.

Durante a sua fala, Wagner, que chegou a chorar quanto citou avanços sociais realizados pelo governo Lula e Dilma, encampou a necessidade de se fazer uma verdadeira reforma política no sistema eleitoral e reconhece que foi um erro o Partido dos Trabalhadores não ter tentado mudar o sistema político corrupto do país.

“Fizemos um equívoco político de termos assumido em 2002 com o governo do Brasil, com a liderança que nós tínhamos, não desmontamos a máquina de fazer política equivocada e derrotada que existia. Talvez naquele tempo como sonhadores, achamos que bastaria apenas a vontade política e ideológica de cada militante e dirigente, e seria suficiente para se sobrepor a máquina viciada da política brasileira. Mas ela não é, porque nós individualmente não somos maiores que o todo. Nós somos maiores quando estamos aqui neste congresso, nós somos maiores quando dentro das nossas bem vindas divergências a gente consegue concluir a unidade de coalizão deste partido”, afirmou,

Para Wagner, o PT errou, mas os erros não são os que, segundo ele, são apontados atualmente. ”Nós erramos ao não termos enfrentado a batalha da reforma política, que é a mãe de todas as reformas. Erramos na nossa energia jovem de partido transformador, reformador, e nós, individualmente, ser o mais fortes, mas nós não somos”.

O ex-líder baiano fez críticas ao comando nacional do PT.  "A minha contrariedade ao diretório nacional falar que nós, o PT, não somos melhores que os outros, somos diferentes dos outros, porque nascemos diferentes. Então, não cabe a nós provarmos que somos mais honestos e, por isso, o PT não vai receber contribuição empresarial. Ou faz a reforma política para acabar com o financiamento empresarial, ou não adianta a gente querer pousar de mais honesto, individualmente, do que os outros. Mas temos que fazer política, mas não temos que fazer afirmação de honestidade porque a honestidade é própria de cada um dos companheiros que estão aqui. O Senado precisar apresentar, pelo PT, pelos partidos de esquerda, pelos partidos aliado, a modificação daquilo que foi um crime cometido essa semana. Aquilo que foi aprovado [financiamento privado], não é reforma política, mas um arremedo”, defendeu.

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