Márcio Marinho e Tia Eron estão entre os três mais bem votados em Salvador nas eleições do ano passado Na série de reportagens sobre a reforma política, o Bocão News continua a tratar do Sistema Distrital, onde o estado é dividido em distritos e o candidato mais votado em cada um deles é eleito.
A comissão especial de reforma política da Câmara Federal porpõe a substituição do modelo proporcional pelo chamado "distritão", no qual são eleitos os deputados com o maior número de votos em cada estado (sem a divisão dos estados em pequenos distritos). No Senado, a Comissão de Comissão e Justiça (CCJ) aprovou o voto distrital para eleição de vereadores nas cidades com mais de 200 mil habitantes. Nesse modelo, o município é dividido em distritos, com a eleição do mais votado em cada um deles. Em alternativa às duas propostas, parlamentares cogitam adotar o sistema distrital misto, que combinaria os sistemas distrital e proporcional. Ainda que em menor grau, essa opção também favoreceria mais representantes de fora das capitais.
Dos 39 deputados federais da Bahia eleitos em 2014, 21 parlamentares têm domicílio eleitoral em Salvador, colégio eleitoral que conta com 1,9 milhão de votantes – o que representa apenas 18% do eleitorado baiano, mas concentra 54% dos parlamentares baianos.
A adoção do sistema distrital de votação para o Legislativo reduziria a participação de representantes da capital na Câmara. A divisão em distritos limitaria o número de vagas das capitais a 25% no parlamento, ou seja, políticos que têm votos mais espalhados terão que decidir em que distrito vão concorrer.
Uma simulação feita por pesquisadores do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Rio (Uni-Rio) mostra que dos 21 parlamentares soteropolitanos da bancada baiana na Câmara dos Deputados apenas sete teriam chances de se reeleger se todos decidissem manter a capital baiana como domicílio eleitoral.
Com base nos resultados das últimas eleições, os sete deputados que teriam chance de se reeleger – pela ordem dos mais votados – seriam Antonio Imbassahy (PSDB), Tia Eron (PRB), Márcio Marinho (PRB), Nelson Pellegrino (PT), Joao Carlos Bacelar (PTN) e Irmão Lázaro (PSC) e Jorge Solla (PT). Já os deputados com domicílio eleitoral que teriam mais dificuldade de se eleger no sistema distrital seriam Sérgio Brito (PSD), José Carlos Araújo (PSD), João Carlos Bacelar (PR), Afonso Florence (PT), Félix Mendonça Jr. (PDT), Lúcio Vieira Lima (PMDB), Paulo Magalhães (PSD), Benito Gama (PTB) e Juthay Magalhães Júnior (PSDB).
Veja a tabela dos deputados com domícilio eleitoral em Salvador por ordem de votação nas eleições de 2014.
Candidato | Partido | Votação Salvador | % Salvador | Votação Bahia | Domicílio Eleitoral |
ANTONIO IMBASSAHY |
PSDB |
87.285 |
7,60 |
120.479 |
SALVADOR |
TIA ERON |
PRB |
67.151 |
5,84 |
116.912 |
SALVADOR |
MÁRCIO MARINHO |
PRB |
52.882 |
4,60 |
117.470 |
SALVADOR |
NELSON PELLEGRINO |
PT |
46.896 |
4,08 |
111.252 |
SALVADOR |
JOAO CARLOS BACELAR |
PTN |
44.925 |
3,91 |
95.158 |
SALVADOR |
IRMÃO LAZARO |
PSC |
36.005 |
3,13 |
161.438 |
SALVADOR |
JORGE SOLLA |
PT |
26.718 |
2,33 |
125.159 |
SALVADOR |
ALICE PORTUGAL |
PC do B |
25.114 |
2,19 |
72.682 |
SALVADOR |
ANTONIO BRITO |
PTB |
22.685 |
1,97 |
159.840 |
SALVADOR |
DANIEL ALMEIDA |
PC do B |
18.968 |
1,65 |
135.382 |
SALVADOR |
JOSÉ CARLOS ALELUIA |
DEM |
18.960 |
1,65 |
101.924 |
SALVADOR |
ERIVELTON SANTANA |
PSC |
12.758 |
1,11 |
74.836 |
SALVADOR |
JUTAHY MAGALHÃES JR. |
PSDB |
10.057 |
0,88 |
108.476 |
SALVADOR |
BENITO DA GAMA |
PTB |
8.817 |
0,77 |
71.372 |
SALVADOR |
PAULO MAGALHÃES |
PSD |
7.256 |
0,63 |
77.045 |
SALVADOR |
LUCIO VIEIRA LIMA |
PMDB |
6.666 |
3,00 |
222.164 |
SALVADOR |
FELIX MENDONÇA JUNIOR |
PDT |
6.561 |
0,57 |
130.583 |
SALVADOR |
AFONSO FLORENCE |
PT |
6.355 |
0,55 |
82.661 |
SALVADOR |
JOÃO CARLOS BACELAR |
PR |
2.830 |
0,25 |
111.643 |
SALVADOR |
JOSÉ CARLOS ARAUJO |
PSD |
2.742 |
0,24 |
72.013 |
SALVADOR |
SERGIO BRITO |
PSD |
1.618 |
0,14 |
83.658 |
SALVADOR |