Política

Sistema Distrital mostraria força da Igreja Universal em Salvador

Publicado em 25/05/2015, às 10h34   David Mendes (Twitter: @__davidmendes)


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Márcio Marinho e Tia Eron estão entre os três mais bem votados em Salvador nas eleições do ano passado
Na série de reportagens sobre a reforma política, o Bocão News continua a tratar do Sistema Distrital, onde o estado é dividido em distritos e o candidato mais votado em cada um deles é eleito.
A comissão especial de reforma política da Câmara Federal porpõe a substituição do modelo proporcional pelo chamado "distritão", no qual são eleitos os deputados com o maior número de votos em cada estado (sem a divisão dos estados em pequenos distritos). No Senado, a Comissão de Comissão e Justiça (CCJ) aprovou o voto distrital para eleição de vereadores nas cidades com mais de 200 mil habitantes. Nesse modelo, o município é dividido em distritos, com a eleição do mais votado em cada um deles. Em alternativa às duas propostas, parlamentares cogitam adotar o sistema distrital misto, que combinaria os sistemas distrital e proporcional. Ainda que em menor grau, essa opção também favoreceria mais representantes de fora das capitais.
Dos 39 deputados federais da Bahia eleitos em 2014, 21 parlamentares têm domicílio eleitoral em Salvador, colégio eleitoral que conta com 1,9 milhão de votantes – o que representa apenas 18% do eleitorado baiano, mas concentra 54% dos parlamentares baianos.
A adoção do sistema distrital de votação para o Legislativo reduziria a participação de representantes da capital na Câmara. A divisão em distritos limitaria o número de vagas das capitais a 25% no parlamento, ou seja, políticos que têm votos mais espalhados terão que decidir em que distrito vão concorrer.
Uma simulação feita por pesquisadores do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Rio (Uni-Rio) mostra que dos 21 parlamentares soteropolitanos da bancada baiana na Câmara dos Deputados apenas sete teriam chances de se reeleger se todos decidissem manter a capital baiana como domicílio eleitoral.
Com base nos resultados das últimas eleições, os sete deputados que teriam chance de se reeleger – pela ordem dos mais votados – seriam Antonio Imbassahy (PSDB), Tia Eron (PRB), Márcio Marinho (PRB), Nelson Pellegrino (PT), Joao Carlos Bacelar (PTN) e Irmão Lázaro (PSC) e Jorge Solla (PT). Já os deputados com domicílio eleitoral que teriam mais dificuldade de se eleger no sistema distrital seriam Sérgio Brito (PSD), José Carlos Araújo (PSD), João Carlos Bacelar (PR), Afonso Florence (PT), Félix Mendonça Jr. (PDT), Lúcio Vieira Lima (PMDB), Paulo Magalhães (PSD), Benito Gama (PTB) e Juthay Magalhães Júnior (PSDB).
Veja a tabela dos deputados com domícilio eleitoral em Salvador por ordem de votação nas eleições de 2014.
 Candidato Partido Votação Salvador % Salvador Votação Bahia Domicílio Eleitoral
ANTONIO IMBASSAHY  PSDB     87.285 7,60 120.479 SALVADOR
TIA ERON PRB     67.151 5,84 116.912 SALVADOR
MÁRCIO MARINHO PRB     52.882 4,60 117.470 SALVADOR
NELSON PELLEGRINO PT     46.896 4,08 111.252 SALVADOR
JOAO CARLOS BACELAR  PTN     44.925 3,91 95.158 SALVADOR
IRMÃO  LAZARO PSC     36.005 3,13 161.438 SALVADOR
JORGE SOLLA PT     26.718 2,33 125.159 SALVADOR
ALICE PORTUGAL PC do B     25.114 2,19 72.682 SALVADOR
ANTONIO BRITO PTB     22.685 1,97 159.840 SALVADOR
DANIEL ALMEIDA PC do B     18.968 1,65 135.382 SALVADOR
JOSÉ CARLOS ALELUIA  DEM     18.960 1,65 101.924 SALVADOR
ERIVELTON SANTANA PSC     12.758 1,11 74.836 SALVADOR
JUTAHY MAGALHÃES JR. PSDB     10.057 0,88 108.476 SALVADOR
BENITO DA GAMA  PTB      8.817 0,77 71.372 SALVADOR
PAULO MAGALHÃES PSD      7.256 0,63 77.045 SALVADOR
LUCIO VIEIRA LIMA PMDB      6.666 3,00 222.164 SALVADOR
FELIX MENDONÇA JUNIOR PDT      6.561 0,57 130.583 SALVADOR
AFONSO FLORENCE PT      6.355 0,55 82.661 SALVADOR
JOÃO CARLOS  BACELAR  PR      2.830 0,25 111.643 SALVADOR
JOSÉ CARLOS ARAUJO PSD      2.742 0,24 72.013 SALVADOR
SERGIO BRITO PSD     1.618 0,14 83.658 SALVADOR

Classificação Indicativa: Livre

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