Política

Rui pede que imprensa se comporte igual a Fifa nas notícias sobre violência

Publicado em 22/05/2015, às 14h14   David Mendes (Twitter:@__davidmendes)


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O governador Rui Costa (PT) fez críticas, nesta sexta-feira (22), à cobertura dos veículos de comunicação nos casos de violência que tem tirado nos últimos anos o sossego dos baianos, expostos a cada dia a altos índices de violência que tomam conta do estado. De acordo com o líder baiano, em entrevista após empossar o novo chefe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Jorge Hereda, o país vive uma guerra, com 45 mil assassinatos, diferente de outros países que vivem em disputas civis constantes e defende que deve-se rever as abordagens com relação ao crime e ao tráfico de drogas, principalmente a cobertura jornalística.

“Eu gostaria de fazer um convite à imprensa baiana para tratar essa questão da violência de forma diferente. Na época da Copa, quando alguém invadia o campo, a TV retirava, por determinação da Fifa, a imagem daquela pessoa, porque o objetivo dela era ser conhecida no mundo todo invadindo campo e se transmitisse incentivariam centenas de outras pessoas a fazer o mesmo para aparecer em rede internacional de TV”, defendeu, ao afirmar que com o crime organizado é a mesma coisa.

“Em determinadas matérias ou veículos, expõe tanto um determinado criminoso, que o torna quase que um herói no lugar onde nasceu, entre os outros criminosos. É uma hiper exposição que o coloca como um super homem aquele que assinou uma pessoa. E isso não é bom. Ao invés de desestimular, infelizmente, isso estimula. Há uma verdadeira comemoração entre o mundo do crime, e isso pode ser constatado nos  diversos grampos autorizados pela Justiça, que há uma verdadeira euforia que um criminoso é exaltado na imprensa, ou no telejornal, ou quando ganha uma capa de jornal com a foto dele”, disse.

O governador citou ainda o caso do policial militar morto ontem durante um assalto à agência dos Correios em São José da vitória, no sul baiano, assim como e dos três jovens que foram mortos em Salvador, também na quinta (21). “Apesar do número ser positivo, 21% de redução [dos crimes violentos] em quatro meses comparado com 2014, não me permite comemorar, porque apesar de reduzir, o número absoluto e os casos são sempre dramáticos, o que requer um repensar de toda a sociedade, inclusive as famílias. (...) É uma verdadeira praga e epidemia destruindo, como se fosse uma nuvem de gafanhoto, destruindo a nossa juventude e as nossas crianças. Ou todo nós passamos a fazer uma reflexão mais séria sobre isso, se não o drama vai continuar”, conclamou.

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