Política

Declarações de James Correia vão de encontro a discurso do governo petista

Publicado em 04/05/2015, às 09h41   David Mendes @__davidmendes


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Manoel Vitório (D) ao lado de Wagner e o governador Rui Costa

As críticas feitas pelo ex-secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, James Correia, ao que chamou de “conservadorismo” da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), o que tem impedido a atração de investimentos para o estado, vão de encontro ao discurso proferido nos últimos anos pela gestão petista no estado.

Durante as eleições do ano passado, o então candidato e ex-governador Paulo Souto (DEM) sinalizou queda na arrecadação nos últimos seis anos e culpou a ineficiência da Sefaz que, segundo ele, deixou de ser uma pasta técnica para ser aparelhada politicamente. Hoje Souto comanda a Secretaria da Fazenda de Salvador.

O então governador Jaques Wagner (PT) rebateu as críticas e afirmou que a política do seu governo era gerar emprego e, para isso, precisava atrair indústrias, o que depende de incentivos. “Essa política para mim é muito mais importante do que apenas colocar dinheiro no Estado”, disse Wagner na época, em entrevista ao Bocão News. O hoje ministro da Defesa acusou ainda os democratas baianos de só pensarem no caixa. “A cabeça do partido ao qual pertence o ex [governador] continua sendo uma cabeça antiga. A minha cabeça é de desenvolver e incluir socialmente. Faço investimento social, que para eles são gastos”, disse o ex-líder baiano.

Na entrevista ao A Tarde, publicada nesta segunda-feira (4), James Correia, que deixou a pasta na semana passada após perder uma quebra de braço com o vice-governador João Leão (PP) na disputa pelas indicações da Sudic, órgão ligado à SDE, afirmou que a administração estadual precisa ser ágil para atrair o máximo de empresas, principalmente neste momento de crise. “O governador [Rui Costa] precisa ter um pouco de cuidado para preservar o equilíbrio entre o desenvolvimento e a Fazenda”, sinalizou Correia.

Para o líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Zé Neto, discutir arrecadação e estímulos às empresas “é um ponto muito tênue”.

“A Sefaz fez nos últimos três anos a manutenção das contas, que está entre as quatro melhores do país com relação ao equilíbrio fiscal. O que temos hoje de arrecadação é por conta do rigor nas contas. As criticas devem sempre ser avaliadas. James teve um papel importante e é um companheiro valioso. Manoel Vitório [chefe da Sefaz] mantém o Estado com equilíbrio financeiro”, opinou.

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