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Internacional Marítima não utilizará ferries para festas no feriadão

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Ferry usado em festa da Vivo custou € 9 milhões de euros aos cofres públicos  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 17/04/2015, às 18h26   David Mendes (Twitter:@__davidmendes)


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O sistema ferry boat Salvador x Ilha de Itaparica vai operar com oito embarcações durante feriadão de Tiradentes, que começa nesta sexta-feira (17) e vai até a próxima terça-feira (21), garantiu a Internacional Marítima, empresa que administra o sistema.

De acordo com a companhia, os ferries terão saída nos horários convencionais, de hora em hora, e as viagens bate-volta irão ocorrer nos momentos de maior demanda. Do total de embarcações disponibilizadas, apenas uma ficará em "stand by", mas não para ser usado com outros objetivos. A embarcação será utilizada caso a demanda aumente ou seja necessário substituir um ferry nos momentos de manutenção preventiva obrigatória.

Festa em alto mar

O Ministério Público (MP-BA) encaminhou uma recomendação à Agerba, a agência estadual que regula o sistema, para que não permita mais o uso das embarcações em festa particulares. Em entrevista ao jornal A Tarde, a coordenadora do Grupo de Atuação em Defesa do Patrimônio Público e Moralidade Administrativa (Gepan), Rita Tourinho, informou que o contrato de concessão de operação das embarcações permite que a administradora tenha rendas alternativas como publicidade, aluguel de espaços nos terminais e exploração de estacionamento. Para Rita Tourinho, os ferries são bens públicos exclusivamente destinados para o transporte de passageiros.

Zumbi dos Palmares

O ferry Zumbi dos Palmares, alugado por R$ 40 mil para a empresa de telefonia Vivo realizar uma festa em alto mar, custou aos cofres públicos € 8 milhões de euros. Os donos da Happy Frontier, empresa contratada pelo governo da Bahia para comprar os ferries Zumbi dos Palmares e Dorival Caymmi, admitiram ter pago € 12 milhões de euros aos armadores gregos pelas duas embarcações, conforme valor de mercado. Já a administração estadual informou que o custo aos cofres chegam a € 18 milhões de euros.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE), a pedido da representante do Ministério Público, conselheira Carolina Costa, contratou consultores especialistas externos para analisar as denúncias de um possível superfaturamento na compra dos dois ferries, adquiridos em 2013 pela Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), comandada pelo então vice-governador e hoje senador Otto Alencar (PSD). O conselheiro do TCE, Pedro Lino, enviou no final de setembro do ano passado para os Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual (MP-BA), correspondências com indicações de “fortíssimos indícios de crime” na compra das embarcações.

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