Política

"CPI do Metrô" gera queda de braço na Assembleia Legislativa

Publicado em 07/04/2015, às 18h16   Victor Pinto (Twitter: @victordojornal)


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As recentes denúncias evidenciadas pela Folha de S. Paulo, a partir de um confronto também motivado pelo deputado federal Jorge Solla (PT), que sugerem irregularidades na obra do metrô de Salvador durante a gestão do deputado Antônio Imbassahy (PSDB) quando prefeito da capital gerou discussão quente no plenário da Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira (07). A deputada Luiza Maia (PT) foi à tribuna defender a criação de uma CPI a nível estadual para averiguação dos fatos.
A política foi autora do requerimento da recriação da Comissão Parlamentar no âmbito do legislativo estadual que já conta com seis assinaturas. “Eu fiz minha afirmação em cima das denúncias do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União que apontam um aumento repentino de R$ 166 milhões nas despesas de meados de 1999”, justificou.
A petista encontrou no debate o líder do PSDB, Adolfo Viana (PSDB). O tucano rebateu a colega de legislatura e afirmou que a petista está “despreparada” para a discussão e, parafraseando o presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PDT), acusou a deputada de ser “midiática” e de sempre “jogar os assuntos para a plateia”.
“Ela faz um discurso sem fundamento, sem saber que a Assembleia já teve uma CPI que acompanhou o caso em 2010, proposta por Elmar Nascimento (DEM), mas foi o mesmo partido dela, o PT, que não quis a continuidade da Comissão na nova legislatura. Eles nem pediram investigação de nada, só a oposição ia em cima. Eu acho que ela não tem nem o apoio da sigla dela para tocar esse assunto”, provocou Viana. 
“A CPI que ela quer criar não tem fundamento. Eu assino a criação dela, mas desde que ela me apresente fundamentações plausíveis”, completou. 
Luiza Maia rebateu. “Eles tentaram a todo momento desqualificar minhas considerações. Mas quero uma investigação. Rememorar isso. Na época que teve essa CPI eu não era deputada”, explicou. Cutucada, a política classificou as provocações do tucano de “conversa fiada”.
PRESSÃO – Adolfo Viana, ainda em conversa com o Bocão News, acusou Maia de querer pressionar o deputado federal Antônio Imbassahy por conta de sua atuação na CPI da Petrobrás, em Brasília. “Ela acha que um político como Imbassahy vai se sentir pressionado. Ele está conduzindo um trabalho exemplar no Congresso e querem fazer uma manobra para macular a imagem dele”, apontou.
A petista divergiu e alegou que não existem pretensões para pressionar. “Eu só acho estranho toda essa situação não ter sido investigada de forma minuciosa. E temos indícios. É muito fácil posar de paladino da ética quando existem suspeitas. Como noticiado pela imprensa, ele recebeu doações de construtoras investigadas”, afirmou. 
CRÍTICAS – Segundo nota da assessoria da Minoria, além dos deputados de oposição, parlamentares da base governista como Alan Sanches (PSD) e Jânio Natal (PRP), criticaram a proposta da petista. "Em se tratando do deputado Imbassahy é uma proposta sem cabimento", disse Sanches. Jânio Natal fez questão de falar da honradez de Imbassahy e avisou que o pedido não contará com a sua assinatura. O deputado Carlos Geílson chegou a brincar fazendo analogia com uma luta de box: " A deputada Luiza Maia entrou no ringue  desinformada e saiu grogue". 
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