Política

Empresário de jogadores e agentes da Fifa aparecem em lista do HSBC

Publicado em 30/03/2015, às 12h16   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Empresários de jogadores mundialmente conhecidos ou que já fizeram negócios com dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aparecem na lista de brasileiros relacionados a contas numeradas no HSBC da Suíça.

Levantamento do jornal O Globo, em parceria com o site UOL, com base nas planilhas vazadas pelo ex-técnico de informática do banco indica que, entre os 8.667 nomes, há ao menos cinco ligados ao futebol nacional. São eles os agentes Reinaldo Pitta, Eduardo Uram e Richard Alda — todos listados pelo site da Fifa como aptos a gerenciar a carreira de jogadores no Brasil — e os empresários Renato Tiraboschi e Octavio Koeler, que foram sócios e amigos do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e aparecem no relatório da CPI do Futebol, realizada nos anos 2000.


Reinaldo Pitta, empresário

Pitta foi o primeiro empresário do ex-atacante Ronaldo Fenômeno e, atualmente, agencia o goleiro Paulo Victor (Flamengo) e o atacante Emerson Sheik (Corinthians). Uram é um dos nomes mais influentes do futebol carioca. Tem em sua carteira atletas como o lateral direito Léo Moura (ex-Flamengo, hoje nos Estados Unidos). E Alda, que teve grande influência nas divisões de base do Fluminense, cuidou da carreira de jogadores como o lateral esquerdo Marcelo (Real Madrid). Até hoje, ele agencia o volante Arouca (Palmeiras).

Os chamados agentes Fifa são credenciados pela entidade para representar e atuar em negociações de transferências de jogadores. Para receber essa autorização, fazem prova e depositam uma caução. No dia 1º de abril, a função será extinta. Qualquer um poderá atuar no mercado.

Tiraboschi e Koeler intermediaram contratos e fizeram câmbio para a CBF. Eles foram sócios numa corretora de valores que, em 2006, vendeu uma mansão de Búzios por uma soma bem abaixo do valor de mercado. O imóvel, logo em seguida, foi repassado a Ricardo Teixeira.

De acordo com a legislação brasileira, enviar e manter dinheiro no exterior não é necessariamente um crime. Isso só acontece quando o contribuinte não declara à Receita Federal e ao Banco Central que mantém valores fora do país. Nesse caso, o cidadão pode ser processado por evasão de divisas e por sonegação fiscal. Se tiver cometido outro crime anterior, pode responder ainda por lavagem de dinheiro.  Por suspeitar da origem dos recursos depositados no HSBC de Genebra, a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Polícia Federal e uma CPI investigam o caso. A suspeita se deve, sobretudo, ao fato de as contas serem numeradas, e os clientes, identificados apenas por um código alfanumérico.

Classificação Indicativa: Livre

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