Política

Juiz quer saber por que dono da UTC incluiu Wagner e Jutahy como testemunhas

Publicado em 31/01/2015, às 09h12   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela “Operação Lava Jato”, deu um prazo de cinco dias para a defesa do dono da UTC, Ricardo Pessoa, esclarecer os motivos de ter incluído como suas testemunhas de defesa diversos políticos, entre eles o ministro da Defesa e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT) e o deputado federal baiano Jutahy Júnior (PSDB).

Além de Wagner e Jutahy, o tesoureiro da campanha de Lula em 2006, José de Filippi Júnior, o deputado e candidato à Presidência da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP), o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, os deputados federais Paulinho da Força (SD-SP) e Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), e o ex-deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Alberto Toron havia afirmado não existir "razão política" para arrolarem essas testemunhas. "São pessoas que conhecem o trabalho do Ricardo", declarou.

Moro, porém, pediu mais detalhes para decidir se aceita ou não as testemunhas. O juiz argumentou em seu despacho que a oitiva de agentes públicos "é sempre demorada e difícil", citando artigo do Código de Processo Penal que prevê o testemunho dos agentes públicos em "local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz".

"Deve-se ademais prevenir a eventual utilização do processo judicial como forma de gerar constrangimento desnecessário a agentes públicos, o que é sempre uma possibilidade, especialmente em casos rumorosos", escreveu Moro.

Sob essa argumentação, o juiz deu um prazo de cinco dias para a defesa de Pessoa "esclarecer previamente a relevância e pertinência da oitiva dos referidos agentes públicos, inclusive se de fato têm ou não conhecimento sobre o objeto da imputação e o que poderiam esclarecer a respeito".

O presidente da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa —preso na sétima fase da Lava Jato—, foi apontado por um dos delatores como coordenador de um "clube de propina" formado por empreiteiras. O executivo continua detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, desde novembro do ano passado.

Publicada no dia 30 de janeiro de 2015, ás 16h12

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