Política

Rui responde Solla: Médico não é para cuidar de papel

Publicado em 26/01/2015, às 18h26   David Mendes (Twitter: @__davidmendes)


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Divergências entre Solla e Rui tiveram início durante escolha do nome para disputar sucessão de Wagner

O governador Rui Costa (PT) decidiu nesta segunda-feira (26) se pronunciar e explicar a extinção das 31 Diretorias Regionais da Saúde (Dires) e criação de nove Núcleos Regionais de Saúde (NRS). As Dires foram apontadas como órgãos da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) aparelhados politicamente, inclusive com profissionais distribuindo nas unidades médicas santinhos de candidatos que disputaram as eleições no ano passado.

Na semana passada, o secretário de Saúde do governo Jaques Wagner (PT), o deputado federal diplomado Jorge Solla (PT) foi a público criticar a medida tomada pelo seu sucessor na Sesab, Fábio Villas-Boas, sobe a batuta do novo governador petista. Para Solla, o fim das Dires reduziria a capacidade de ação do Estado na área de saúde e dificultaria ações estratégicas realizadas pelas Dires. Segundo o ex-secretário, as Diretorias cuidavam de ações como vigilâncias Epidemiológica e Sanitária, saúde do trabalhador, controle de qualidade de água, de vetores, supervisão do combate a dengue, endemias, assistência farmacêutica e logística de vacinas, como armazenamento e distribuição em todo o estado.

De acordo com Rui Costa, em áudio enviado pela sua assessoria, a mesma medida tomada com as Dires foi tomada na Segurança Pública e na Educação, que abrigam servidores que estão nas repartições públicas cuidando de questões burocráticas, função divergente da qual prestou concurso público.

“Tínhamos nas Dires dois mil funcionários. Cento e cinquenta médicos, entre eles 20 e poucos obstetras. Eu prefiro ter obstetra no hospital fazendo parto, salvando vida de crianças, do que cuidando de papel. Tinham [médicos] anestesistas nas Dires. Eu prefiro ter anestesistas nos hospitais ajudando a fazer anestesia e, portanto, aumentando o número de procedimentos cirúrgicos. Tinham muitos pediatras cuidando de papeis e da burocracia. Eu prefiro ter os pediatras cuidando das crianças. Então, é essa a minha determinação e é isso que será feito”, disse o líder baiano.

Segundo Rui Costa, os serviços considerados essenciais realizados pelas Dires serão mantidos e a população não sentirá nenhuma mudança.

“Tínhamos 200 enfermeiras nas Dires. Tem hospitais que estavam com leitos fechados por falta de enfermeiras. Aí eu pergunto: a população prefere os enfermeiros e médicos nos hospitais cuidando das pessoas ou de papeis nas Dires? Nós tínhamos 60 dentistas nas Dires, e eu determinei que esses dentistas atendam a população, ou nos hospitais ou nos postos de saúde. Ao invés de ter 60 dentistas nas Direis cuidando de papeis vou tê-los, alguns inclusive dentro das escolas atendendo a população", disse.

Conforme o chefe do Executivo baiano, os profissionais de saúde serão substituídos por “pessoas competentes e capazes” para cuidar de toda a papelada da saúde pública.

“Desde que não sejam médicos, anestesistas, cardiologistas. Respeito a opinião de todos, mas vou seguir nessa determinação que é o meu compromisso com as pessoas. Eu entendo que um lugar adequado para um anestesista é no hospital e não cuidando de papel. E isso vou fazer na área de Educação, da Segurança [Pública] e da Saúde”, avisou. 

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