Política

PDT pode compor com DEM e sacramentar um pé na situação e outro na oposição

Publicado em 22/12/2014, às 06h10   David Mendes (Twitter: @__davidmendes)


FacebookTwitterWhatsApp

Na sua edição deste domingo (21), a coluna Satélite, do Correio da Bahia, traz informações de que o DEM, sigla comandada no estado pelo prefeito de Salvador, ACM Neto, e o PDT, presidido nacionalmente pelo ex-ministro Carlos Lupi, estudam a formação de um bloco parlamentar no Congresso. Nas eleições deste ano o DEM elegeu 22 deputados federais e o PDT 19 parlamentares.

Na Bahia, o PDT, dirigido pelo deputado federal Félix Mendonça Júnior, remanejou a secretária estadual de Ciências e Tecnologia, a ex-vereadora Andréa Mendonça, para a recém-criada Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Emprego de Salvador (Sedes) – que ainda será anunciada pelo gestor soteropolitano. A ex-vereadora da capital baiana é irmã do deputado federal Félix Mendonça Jr. (PDT), que conseguiu manter seus tentáculos no 1º escalão da administração petista ao escalar sua prima, a médica veterinária Fernanda Mendonça, para comandar a Secretaria de Agricultura do Estado no governo Rui Costa (PT), a partir do ano que vem. Além da CBPM e da Seagri, o partido dirige a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), com Nestor Duarte. O PDT ainda preside o Poder Legislativo da Bahia, através da figura eternizada de Marcelo Nilo (2007-2016 e/ou 2018).

A estratégia de fertilizar dois terrenos no estado tem criado, aparentemente, um desequilíbrio interno entre as duas principais forças do partido na Bahia. Félix Jr. e Marcelo Nilo protagonizaram esta semana uma troca de farpas, com Félix Jr. chegando a declarar, em entrevista ao Bocão News, que “a substância do poder” estava “cegando” o chefe do parlamento baiano por ter anunciado interesse em também presidir o partido.

Marcelo Nilo é aliado dos petistas há oito anos, após 16 anos de ferrenha oposição ao ex-senador ACM, como mesmo gaba-se em diversos discursos na Alba. Entretanto, em martelo batido no gabinete do prefeito ACM Neto, no Palácio Thomé de Souza, o pedetista garantiu o apoio da bancada de Oposição na Casa na conquista do quinto mandato ininterrupto à frente da Assembleia Legislativa. Desta vez, Nilo sofre resistência do PT, que tem o líder do partido na Alba, Rosemberg Pinto, como candidato para tomar sua cadeira. O governador Jaques Wagner (PT) já declarou ser contra a reeleição do seu fiel escudeiro, que garantiu suas noites de sono durante seus dois mandatos no Executivo.

Com um pé no governo petista e outro na gestão demista, o PDT tem mostrado que na política só avança quem desenvolve expertise.

Publicada no dia 21 de dezembro de 2014, às 11h

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp