Polícia

Nove policiais são denunciados pelo MP sob a acusação de execução no Cabula

Publicado em 19/05/2015, às 07h13   Tony Silva (twitter: @Tony_SilvaBNews)


FacebookTwitterWhatsApp

A comissão do Ministério Público (MP) da Bahia, que investigou as morte sde 12 pessoas na Estrada das Barreiras, no bairro do Cabula, ocorridas no dia 2 de fevereiro, composta pelos promotores públicos, Davi Gallo, José Emmanoel Lemos, Cassio Marcelo de Melo e Ramires Tyrone chegou a decisão que os policiais militares executaram sumariamente as vítimas. A comissão isentou a Polícia Militar da responsabilidade na ação.

Foram denunciados o subtenente Júlio Lopes Pitta, os soldados Robemar Campos de Oliveira, Antonio Correia Mendes, Sandoval Soares Silva, Marcelo Pereira dos Santos, Lazaro Alexandre Pereira de Andrade, Isac Eber Costa Carvalho de Jesus, Lucio Ferreira de Jesus e o sargento Dick Rocha de Jesus. Segundo o MP, as argumentações apresentadas pela defesa não procederam nas investigações. Se forem condenados poderão pegar uma pena de até 168 anos, para cada policial, por 12 homicídios triplamente qualificados.

Segundo o promotor Davi Gallo os laudos de exames cadavéricos concluem que foram “encurralados e mortos sumariamente” na ação do dia 2 de fevereiro na Estrada das Barreiras no Cabula as seguintes vítimas: Evson Pereira dos Santos, 27 anos; Ricardo Vilas Boas Silva, 27 anos; Jeferson Pereira dos Santos, 22 anos; João Luis Pereira Rodrigue, 21 anos; Adriano de Souza Guimarães, 21 anos; Vitor Amorim de Araújo, 19 anos; Agenor Vitalino dos Santos Neto, 19 anos; Bruno Pires do Nascimento, 19 anos, Tiago Gomes das Virgens, 18 anos; Natanael de Jesus Costa, 17 anos; Rodrigo Martins de Oliveira, 17 anos; Caique Bastos dos Santos, 16 anos.

Segundo o promotor Davi Galo, não ficou comprovado que o grupo morto na operação policial estaria se preparando para realizar algum assalto a banco e ação foi realizada por deliberação apenas do grupo de policiais da Rondesp que participou da execução. “A argumentação que o grupo que estava no matagal, onde ocorreu as execuções iria realizar assaltos a banco não foi confirmada e não passa de argumentação da defesa. A instituição Polícia Militar está totalmente isenta. Os policiais tomaram as decisões e a operação não era e conhecimento do comando da PM”, afirma.

Os nove policiais estavam em três viaturas que tiveram os aparelhos GPS’ s desligados durante cerca de três horas. O promotor Davi Galo foi incisivo ao afirmar também, que a escolha das vítimas foi aleatória. “Os policiais estavam dentro do matagal e outros três foram pela frente. Quando os homens correram, foram emboscados pelos pm’s que estavam dentro do mato”, explica o promotor, que também informou que as vítimas sobreviventes foram ameaçadas para não falar nada do que viram. "Algumas vítimas sobreviveram até com sete tiros no corpo e foram dadas como mortas no hospital e ainda lá foram ameaçadas para não contar nada do que viram", disse.

O inquérito da polícia militar chegou à comissão do MP na ultima quinta-feira (14) e o da polícia civil ainda deve ser entregue. Segundo um dos promotores “quanto mais investigação melhor para a sociedade”, disse.

Sobre simulação, Davi Gallo afirmou que diante da quantidade de provas não é fundamental, mas não deixa de cooperar.

A reportagem do Bocão News entrou em contato com um dos advogados de defesa dos policias acusados, que informou que só irá se pronunciar na próxima semana.

Publicada no dia 18 de maio de 2015, às 17h

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp