Justiça

Ex-funcionário da empresa de Pezzoni, da Banda Eva, ganha causa e não recebe

Imagem Ex-funcionário da empresa de Pezzoni, da Banda Eva, ganha causa e não recebe
Pai do cantor e sócio-proprietário da Planeta 3, José Santos diz que não foi notificado sobre audiência; Márcio rebate  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 23/07/2014, às 06h28   Lucas Franco (Twitter: @lucasfranco88)


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Após a justiça dar sentença favorável, o dinheiro da indenização, R$ 21.700, não entrou na conta de Márcio Celestino, ex-funcionário da empresa Planeta 3 que tem 32 anos e sofreu acidente no período em que trabalhava para montar estrutura da festa Eva Nave, em 2008. A colisão do caminhão em que Márcio estava com o fundo de um ônibus, na Linha Verde, provocou deslocamento da bacia e traumatismo craniano, o que o levou à internação no Hospital Geral do Estado (HGE).
Em janeiro de 2012, Márcio ganhou a causa, mas a indenização não foi paga pela empresa Planeta 3, que tem como sócio o vocalista da banda Eva, Felipe Pezzoni. A assessoria do cantor não negou o vínculo do cantor com a empresa. “A empresa Planeta 3 não tem nenhuma ligação com a banda Eva. O vocalista Felipe Pezzoni é sócio da empresa mas não participa da gestão e administração da mesma”. 
A versão de Márcio, no entanto, contradiz a nota. “Ele [Pezzoni] ia muito lá. Eu que abria o portão para ele lá e ele foi no HGE. Minha carteira de trabalho é assinada por ele, assim como meu CAT [Comunicação de Acidente de Trabalho]”.
Pai do cantor e sócio-proprietário da Planeta 3, José Santos se queixou da denúncia e alega que seu filho, Pezzoni, e o Eva não tem nada a ver com o episódio, já que teria se tornado vocalista da banda apenas no ano passado, anos depois do acidente. “Após o acidente, ele [Márcio] ficou encostado pelo INSS [Instituto Nacional do Seguro Social]. Depois de liberado, eu vi que ele não tinha condições de trabalhar, e ficou recebendo por um ano salário ficando em casa. Depois, a empresa teve um corte de funcionários, porque eu tive um grande prejuízo no carnaval de 2009”, alega José Santos.
O ex-funcionário confirmou parcialmente as informações. “Fiquei encostado no INSS por seis meses, mas voltei a trabalhar. Depois de um ano e meio, que é o período mínimo de estabilidade, ele me mandou embora e não me pagou nada. Ele continuou me pagando durante quatro meses [sem trabalhar, enquanto ficava em casa], depois de deixar de ficar encostado pelo INSS, porque eu não conseguia andar direito. Como no galpão é cheio de ferro e madeira, preferiram me mandar para casa, para não acontecer mais acidente”.
A outra queixa do empresário José Santos se refere às condições de Márcio, pois segundo ele, seria possível trabalhar. “Ele disse que estava impossibilitado de trabalhar, mas ele estava mentindo. Ele mesmo me disse que estava trabalhando em uma empresa na Federação. Ele disse que o motorista [no dia do acidente] estava alcoolizado, mas aí não sou eu. Acidente acontece com qualquer um. Eu banquei esse rapaz por um ano em casa. Não vou fazer acordo, a solução sairá na Justiça Regional do Trabalho”.
O ex-funcionário da Planeta 3 diz que trabalhou depois do episódio, mas que no momento está desempregado e alega ter sofrido com adjetivações de pessoas próximas. “Eu trabalhei no restaurante, saí em outubro [de 2013], fiquei por dois anos e quem está arcando com tudo é minha esposa, e ainda tem pessoas que me chamam de capenga e gigolô”.
O advogado de Márcio, Paulo Tarso, confirma que o valor não foi pago e que com o acréscimo de 12% anuais com juros compostos, o valor da indenização pode chegar a R$ 28.000. Antes de a reportagem do Bocão News fazer contato com José Santos, o advogado relatou dificuldades em localizar as pessoas ligadas à empresa. “A justiça está procurando e não localizou. Então vai atrás dos bens dos sócios”. No entanto, segundo Paulo, há a possibilidade de conciliação. “Se a outra parte quiser, marcamos audiência para tentar reconciliação”. A identificação dos sócios, segundo Paulo, poderia ser verificada no contrato social da empresa.
No entanto, José Santos rebate a versão de que se esquivou das audiências. “Eu não recebi notificação para audiência, ele [Márcio] ligou para minha secretária para avisar em cima da hora, eu não tinha mudado o endereço [da empresa] ainda. Depois disso eu fui para todas as audiências. Ele mesmo admitiu que recebeu direitinho”. 
Márcio, por sua vez, alega que teria avisado sobre as audiências em tempo hábil. “Avisei, a própria secretária dele falou, e ele não compareceu em nenhuma das três audiências. Eu fiquei várias vezes para tentar acordo e não conseguia. Ele [José Santos] dizia que estava viajando, aí depois ele via o meu número e não atendia. Quando eu ligava de um número novo, ele dizia que estava sem crédito e que me retornaria depois de colocar crédito, e não retornou”.

Nota originalmente postada dia 22

Classificação Indicativa: Livre

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