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Horário de verão: líderes de sindicatos baianos rebatem empresários

Publicado em 09/10/2014, às 06h09   Adelia Felix (Twitter: @adelia_felix)


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Faltando poucos dias para o início do horário de verão em vários estados do Brasil, o setor empresarial baiano voltou a pressionar o governador Jaques Wagner para que os relógios da Bahia se adaptem ao Horário Brasileiro de Verão, previsto para começar no dia 19 outubro de 2014 e terminar no dia 22 fevereiro 2015.
Os presidentes da Faeb, João Martins da Silva Júnior, da Fecomércio, Carlos de Souza Andrade, e da Fieb, Carlos Gilberto Farias, alegam que “como a oitava principal economia do país, a Bahia está mais interligada às economias do Sul e do Sudeste que às da Região Nordeste”. Eles acrescentam ainda que “o fato preocupa os setores produtivos, tendo em vista que a não adesão da Bahia ocasionará impactos à nossa economia, bem como à segurança da população e à segurança operacional do sistema elétrico brasileiro”.
No entanto, alguns representantes de classes trabalhadoras na Bahia caminham em sentido oposto. Em conversa com o Bocão News, o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, afirmou que o assunto divide opiniões e que é preciso ponderar.

“É ruim para o trabalhador que sai cedo de casa em relação a segurança, sobretudo para aqueles que moram mais distantes do seu local de trabalho. Mas por outro lado, tem o impacto da economia. Tem que ponderar. Tem muita coisa que deve ser colocada na balança.  Tem impacto na vida dos bancários por conta do funcionamento do banco. Transações, operações que são realizadas têm uma certa confusão nisso em virtude não estar implantado o horário de verão”, analisa.
O diretor de imprensa do sindicato dos rodoviários baianos, Daniel Mota, comentou em conversa que a categoria é contra a implantação do horário de verão no estado. “Nós somos veementes contra até porque nós somos a primeira categoria a acordar na cidade às três da manhã, no caso do horário de verão é às duas. Nós somos também a última categoria a deixar a cidade. Decidimos em assembleia que somos contra, não só do ponto de vista da segurança, mas também da saúde do trabalhador. O capitalista deve ser a favor, mas a sociedade é contra o horário de verão”, explica.

A diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, Elza Melo, disse que a mudança prejudica inicialmente o desempenho dos alunos. “O horário de verão é um período onde, não só as escolas, mas para até a pessoa se adequar é ruim. É um beneficio para economia, mas por outro lado é ruim para o funcionamento das escolas até eles se adaptarem. Isso realmente é ruim. Atrapalha demais”, aponta.

Para nossa reportagem, o vice-presidente do Sindicato dos Comerciários, Plínio Botelho, afirmou que a categoria é contra a mudança do horário. “Existe uma exposição da nossa categoria em um horário mais cedo e sem necessidade, já que não existe um volume de vendas. Além disso, o relógio biológico das pessoas no primeiro momento não acompanha o cronológico. O outro problema é a questão dos transportes e da segurança. Tudo isso levou a categoria a não apoiar essa mudança”, diz.
A Bahia ficou fora da alteração nos anos de 2002, 2003, 2010, 2012 e 2013. No entanto, no horário de verão de 2011-2012, o estado foi o único da região Nordeste que adotou a medida. Na época, o governo do estado afirmou que a maior parte da população reagiu mal.
Instituído no Brasil no ano de 1931, o Horário de Verão tem a finalidade de proporcionar um maior aproveitamento da luz natural, para reduzir o consumo de energia entre as 18 e as 20 horas.


Publicada no dia 8 de setembro de 2014, às 13h

Classificação Indicativa: Livre

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