Sob clima de total comoção no Cemitério do Campo Santo, na Federação, centenas de amigos, fiéis e parentes do padre Francisco Carlos Souza acompanharam o enterro e a missa de corpo presente do padre. Francisco foi encontrado morto em um matagal de Praia do Flamengo, com marcas de perfuração de faca pelo corpo, na segunda-feira (6).
Na celebração de despedida, o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, realizou uma missa e comentou a situação. "Não há como entender a violência, então, colocamos tudo no plano de um Deus que é maior que isso", falou o Arcebispo.
Francisco Carlos Souza era capelão da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, do Santuário Mãe da Rainha, no bairro do Stiep, em Salvador. Durante a caminhada que levou o caixão do padre até o túmulo, eram unanimes os comentários de que Francisco não tinha inimigos e representava a igreja católica com qualidades da sua personalidade que são inigualáveis.
A professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Zênis Novais da Rocha, "amiga-irmã" do padre, escreveu uma carta que foi lida por ela na cerimônia, onde disse "queremos viver a fé, o amor iluminado, a coragem, a honestidade, a justiça, a solidariedade e a patrulha que ele nos ensinou". Segundo Zênis, a missa do padre era tão admirada, que alguns fiéis levavam gravadores para poder registrar os ensinamentos e poder ouvi-los posteriormente.
Para Mônica, que informou já ter assistido à algumas missas do capelão, ele era um líder diferenciado, pois ele tirava as lições divinas dos próprios atos humanos, da vivência do dia-a-dia. "Ele questionava de que forma a gente estava se esforçando para mudar o mundo, indicava sempre nós darmos o nosso melhor ao outro", contou emocionada.
Publicada no dia 7 de setembro de 2014, ás 18h54
Gabriel Soares
