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"Tem gente que devia permanecer no tronco", diz carioca em rede social

Imagem "Tem gente que devia permanecer no tronco", diz carioca em rede social
Kenya Mayrink não poupou críticas aos negros no facebook e emendeu "tem alguns negros não podem ter posição"  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 27/10/2012, às 06h02   Terena Cardoso (Twitter: @Terena_Cardoso)


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Uma carioca de nome “Kenya Mayrink” jamais iria imaginar o reboliço que poderia causar um ‘simples’ comentário, em tom de desabafo, em seu perfil do Facebook. Sem entrar em detalhes, ela publicou:

“#odeiocentrode qqcidade
#odeioesselugar
As vezes entendo o preconceito tem gente que devia permanecer no tronco ! Pessoas ingnorantesssss
ECA”



Pronto! Mais de 100 pessoas compartilharam a publicação indignadas com o posicionamento da garota. Na tentativa de se justificar, Kenya se complicou ainda mais:

“Tenho muitos amigos afro descendentes e não generalizei em momento algum !!! Não tenho preconceito , disse q entendo algumas vezes ... Saiba ler as coisas antes de criticar ... Mas tenho pavor a ignorância e infelizmente tem alguns negros q n podem msm ter nenhuma posicao ... E todos nos sabemos disso ! Não sejamos hipócritas !!!!”




Kenya Mayrink não poupou críticas aos negros no Facebook

É, mas de acordo com a desembargadora Luislinda de Valois, além de Kenya ter sim, generalizado a situação, diante da Justiça o comentário da moça é visto como injúria racial. “Ela não só acabou atingindo todas as pessoas negras, como no meu entendimento, foi racista. Quer dizer então que toda a nossa luta não serve para nada? Isso não pode passar em branco!”, desabafou a primeira juíza negra do Brasil.


"Vou levar este caso para o mundo inteiro", garante Luislinda

Ainda de acordo com a desembargadora, as imagens que comprovam a injúria cometida pela carioca, precisam ser encaminhadas para a Promotoria da Igualdade Racial com urgência. “Eu vou levar este caso para o mundo inteiro. Inclusive, vou receber um prêmio em Viena, na Áustria, como Embaixadora da Paz, título concedido graças ao meu trabalho em prol dos excluídos, dos negros, dos índios e tudo o mais e vou falar disso lá. É de se lamentar a existência de pessoas assim”, concluiu Luislinda.

A garota excluiu a publicação quando o comentário já ultrapassava os 150 compartilhamentos na rede social. A reportagem do Bocão News levará o caso para a Promotoria da Igualdade Racial, que deve agir junto ao Ministério Público, conforme orientação da desembargadora Luislinda de Valois.


Postada 11h55 do dia 26 de outubro

Fotos: Globo e Arquivo pessoal

Matéria relacionada: Caso Kenya chega ao Ministério Público Federal

Classificação Indicativa: Livre

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