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Ana Import e restaurantes famosos boicotam vinho nacional

Imagem Ana Import e restaurantes famosos boicotam vinho nacional
Medida é contra aumento de imposto sobre o importado, defendido por produtores brasileiros  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 10/04/2012, às 11h40   Rafael Albuquerque


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Grandes produtores de vinho nacionais, principalmente os gaúchos, vêm fazendo pressão sobre o governo brasileiro, solicitando salvaguarda ao vinho nacional, o que acarretaria aumento de impostos sobre o vinho importado, além de cotas para o sistema de importação de determinados países. Por conta disso, a Ana Import, seguindo os passos de nomes fortes da (eno) gastronomia nacional – como os chefs Roberta Sudbrack e Claude Troisgros, no Rio de Janeiro, e dos restaurantes D.O.M. e Dalva e Dito, em São Paulo –, decidiu retirar das suas prateleiras todos os vinhos nacionais que representa. “Em 2011, o setor de vinhos no Brasil cresceu quase três vezes mais do que o PIB nacional. É estranho que, mesmo com esse crescimento, os produtores ainda precisem de ‘salvaguardas’, como se os tributos sobre vinhos importados, que hoje são de 27%, já não representassem proteção suficiente para o nacional”, opina André Pereira, diretor da Ana Import. A importadora baiana, comandada há seis anos pela empresária Ana Marques, concorda com, entre outras, a postura de um dos mais conceituados sommeliers do país, Manoel Beato, que também tirou os vinhos brasileiros dos dez restaurantes do grupo Fasano. Ele, conhecido por valorizar a produção nacional, acredita que, só desta maneira, os contrários ao aumento dos impostos conseguirão ser ouvidos.


Segundo pesquisas divulgadas na internet, após o início da circulação das notícias referentes às mudanças no setor, de cada 5 garrafas de vinho consumidas no Brasil, sejam eles finos, espumantes e comuns, 77.4% (ou seja, quase 4) já são de vinhos brasileiros, o que tornaria ainda menos embasada a busca dos grandes produtores locais por proteção do governo. “Não acreditamos que apenas o encarecimento do vinho importado faça o consumidor, automaticamente, substituí-lo pelo nacional. Nosso mercado precisa é de mais profissionalização e qualidade. Só assim os produtores brasileiros conseguirão competir contra os internacionais de frente e todos saem ganhando, inclusive o consumidor”, reforça Ana Marques.

Classificação Indicativa: Livre

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