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Explosão após show de Ariana Grande deixa 22 mortos em Manchester

Publicado em 22/05/2017, às 23h36   Folhapress


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Uma dupla explosão ao fim de um show da cantora pop americana Ariana Grande em Manchester, Reino Unido, deixou ao menos 22 mortos e 59 feridos na noite desta segunda (22). A polícia informou que investiga a ação como ataque terrorista até que haja indícios em contrário.
Segundo testemunhas, os dois estrondos foram ouvidos às 22h35 (18h35 em Brasília) quando a estrela terminava sua apresentação na Manchester Arena para 20 mil espectadores, em sua maioria crianças e adolescentes.
Primeiras análises da polícia britânica indicam que o artefato usado no ataque foi uma bomba caseira. Ainda não há informações sobre o responsável pelo ataque.
A polícia afirmou que existem crianças na lista de vítimas. A cantora não se feriu e declarou mais tarde estar "despedaçada", "sentida" e "sem palavras".
A administração do ginásio informou que a explosão ocorreu do lado de fora. Vídeos nas redes sociais mostram o desespero dos espectadores deixando o local às pressas e a chegada de policiais e ambulâncias ao local.
Em um deles, adolescentes gritam enquanto correm em meio a balões cor-de-rosa. "As luzes já estavam acesas então sabíamos que aquilo não era parte do show", afirmou Erin McDougle, 20, ao jornal "The Guardian".
"Veio o estrondo, depois a fumaça subindo pelos degraus e todo mundo estava gritando. Tinha umas 30 pessoas no chão, algumas delas você percebia que tinham morrido", disse a espectadora Kiera Dawber à CNN.
Do lado de fora, moradores dos prédios vizinhos desceram depois que ouviram a explosão. Alguns deles ofereceram suas casas para os espectadores que não conseguiram voltar devido ao fechamento da rede ferroviária. Taxistas também ofereceram corridas de graça.
Horas depois da explosão, pais, parentes e amigos usavam as redes sociais para buscar crianças e adolescentes que foram ao show e continuavam desaparecidos.
"Meu filho estava na Manchester Arena. Ele não atende o telefone! Por favor, me ajudem", disse o usuário Deplorable MrsK, que publicou a foto de um adolescente em mensagem no Twitter.
Paula Robinson, 48, estava em uma estação de trem próxima ao ginásio quando sentiu a explosão e, em seguida, viu dezenas de meninas correndo. Ela levou o grupo a um hotel próximo, que virou um ponto de encontro.
Horas depois, a polícia fez a explosão controlada de uma bolsa suspeita achada em um jardim perto da arena, mas nela só havia roupas.
SOLIDARIEDADE
Os governos da Alemanha e da França enviaram mensagens de condolências às vítimas e ofereceram apoio ao governo do Reino Unido.
O presidente dos EUA Donald Trump, durante viagem a Israel, disse que os responsáveis pelos ataques são "perdedores" e "perversos", e disse estar solidário ao povo do Reino Unido.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, também demonstrou apoio aos britânicos.
INVESTIGAÇÕES
A primeira-ministra britânica Theresa May disse que o governo está trabalhando para descobrir as causas. "Todos os nossos pensamentos estão com as vítimas e as famílias daqueles que foram afetados".
A polícia suspeita de um homem-bomba, mas as circunstâncias da explosão ainda não foram esclarecidas. Nenhum grupo reivindicou a ação e não foram sido divulgados nomes de suspeitos.
Dentre os investigadores, estão agentes antiterrorismo e do MI5, serviço secreto interno do Reino Unido. Em nota, o Departamento de Segurança Doméstica dos EUA informou que "reforçará a segurança" em lugares públicos no território americano.
O presidente da Câmara de Vereadores de Manchester, Richard Leese, disse que a explosão não abalará a cidade: "Manchester é uma cidade orgulhosa e forte. Não permitiremos que aqueles que buscam a divisão e o medo alcancem seus objetivos".
Manchester tem meio milhão de habitantes e é a principal cidade do noroeste industrial do Reino Unido, no centro da segunda maior área urbana do país.
O Reino Unido está no segundo nível mais alto de alerta terrorista, indicando que um ataque é altamente provável. Em março, um homem matou três pessoas e feriu 40 em Londres. Khalid Masood, 52, havia se convertido ao islamismo e se radicalizado na própria Inglaterra. Ele foi baleado e morto na ação.
Ataques recentes aos países da Europa
Paris (13.nov. 2015)
Uma sequência de ataques a bomba e com atiradores em várias partes da cidade deixa 130 mortos. Estado Islâmico reivindica autoria
Bruxelas (22.mar.2016)
Três homens-bomba ligados ao EI se explodem no aeroporto e numa estação de metrô; 32 morrem
Nice (14.jul.2016)
No Dia da Bastilha, em mais uma ação do EI, um atirador dirigindo um caminhão atropela uma multidão à beira-mar e mata 86
Berlim (19.dez.2016)
Em ação semelhante à de Nice, motorista avança com um caminhão contra pedestres em um mercado de Natal; 12 são mortos
Londres (22.mar.2017)
Um ano após os ataques de Bruxelas, um homem atropela pedestres na ponte Westminster e esfaqueia um policial na entrada do Parlamento; 5 morrem
Estocolmo (7.abr.2017)
Novamente, um caminhão é usado para atropelar pedestres, em uma rua comercial, deixando 4 mortos 

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