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Descaso continua na Estação da Lapa

Imagem Descaso continua na Estação da Lapa
Situação precária causa indignação a quem transita pelo local  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 10/07/2011, às 16h00   Patrícia Costa


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Falta de iluminação, de segurança, telefones públicos e escadas rolantes quebrados, banheiros fechados, infiltrações e muita sujeira. Esses são alguns dos problemas enfrentados por cerca de 500 mil pessoas que transitam por dia pela Estação da Lapa, que passa por uma fase decadente que se arrasta desde a sua inauguração, em novembro de 1982.
No terminal, considerado o maior da capital, lojas, caixas eletrônicos, lotéricas, posto da Polícia Militar, lanchonetes, Juizado de Menores e do Salvador Card, dividem espaço com a depredação e a marginalidade, segundo relatos de comerciantes e moradores da região.

As reclamações sobre mau cheiro e as escadas rolantes são as campeãs no ranking do descaso da estação. "A situação é gritante. De vez em quando preciso passar por aqui para chegar à Praça da Sé e posso dizer que a prefeitura entregou a estação às moscas. O transporte demora bastante e policiamento não existe" desabafa o aposentado Osvaldo Falcão, 66.
"Tem um pouco mais de seis meses que frequento a Lapa e durante este tempo não tive o prazer de ver todas as escadas rolantes funcionando. O lugar é sombrio e intransitável", afirma uma dona de casa que preferiu não se identificar.

Já para o aposentado Valdir Moura, 70, a Lapa virou uma feira. "A prefeitura colocou tapumes nas escadas rolantes que agora só servem de cama para marginais e moradores de rua". Segundo ele, a única alternativa para mudar a situação precária em que se encontra a estação é mudando a prefeitura. "Tem que tirar João Henrique senão o problema vai se agravar ainda mais se é que é possível", disse confessando ter dado seu voto ao gestor municipal.
E as queixas não param por aí. Sem as escadas rolantes, idosos e pessoas com dificuldade de locomoção enfrentam problemas para acessar o piso de saída da estação, já que o equipamento não funciona há tempos. "O povo reelegeu João Henrique e agora está aí o resultado. Sabe o que é isso, o baiano não sabe dar valor aquele que trabalha. ACM (Antônio Carlos Magalhães) diziam que ele roubava, mas fazia. ele pode ter feito coisas erradas, mas também ninguém é perfeito", ressaltou dona Maria Bendita, 84, que precisou da ajuda de outro usuário da estação para encarar os degraus.
De acordo com um funcionário da lanchonete Nilb Lanches Jailson Ferreira, 28, o banheiro da estação está fechado há mais de uma semana por falta de manutenção. "Antes o pessoal da Limpurb chegava aqui e fazia a limpeza pela manhã e depois ficava o dia inteiro sem limpar. Imagine a situação que ficava no final do dia com a quantidade de gente que faz uso do sanitário. Daí os donos das lanchonetes reclamaram com a administração e eles acabaram interditando", conta Jailson, que trabalha no local há seis anos.
"A Lapa está completamente abandonada", disse o vendedor Elias, 61. Ele conta que trabalha desde 1992 na estação e de lá para cá muita coisa mudou para pior. Mas com todos os problemas, Elias confessa que é vendendo balas, chocolates e recargas de celular, em uma espécie de barraquinha, montada por ele no pé da escadaria principal, que consegue sobreviver. Sobre quanto ele consegue lucrar por dia com as vendas, ele disse apenas que "dá para sobreviver".
Ao perceber a aproximação da reportagem do Bocão News, uma funcionária da adminstração da estação, que preferiu não se identificar, disse às escondidas aos demais colegas: "lá vem a imprensa". Questionada sobre os problemas da estação, ela se limitou a dizer que as únicas pessoas que poderiam dar entrevista sobre o caso era o chefe de administração do setor, identificado por Edmilson, que só estaria no local na segunda-feira (11) e o gerente da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador), Marcos Guerra. 

Estação da Lapa é administrada pela prefeitura, cujos servidores estão em greve.

Fotos: Roberto Viana // Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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