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Tancredo Neves tem maior número de casos de estupro em Salvador

Publicado em 27/05/2016, às 20h52   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Em Salvador, a maior parte dos estupros é registrada em bairros periféricos. A Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) de Tancredo Neves ocupa o primeiro lugar em registro de estupros, de acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA).

Segundo o Correio, de janeiro a dezembro de 2015, foram 79 casos na região. A Aisp engloba 21 bairros e conta com quatro companhias da Polícia Militar, além de uma única delegacia: a 11ª Delegacia (Tancredo Neves). Em toda a cidade, no ano passado, foram 531 ocorrências, ainda segundo a SSP-BA.

Isso não quer dizer que a maior parte das vítimas seja realmente moradora de bairros periféricos. Para a coordenadora do Viver, serviço estadual que atende vítimas de violência sexual no estado, Dayse Dantas, o silêncio das vítimas - e a consequente subnotificação - está relacionado também à questão econômica. "A pessoa com poder socioeconômico maior pode se calar e buscar o tratamento e o acolhimento, principalmente o psicológico e o de saúde, de outras formas".

Se você sofreu uma violência sexual, o ideal é o que o primeiro passo seja ir a uma delegacia — de preferência, a mais próxima e, se possível, sem tomar banho, para facilitar a coleta de vestígios do agressor. Também é possível registrar a ocorrência em uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Em Salvador, há duas unidades: uma em Brotas e outra em Periperi.

Da delegacia, as vítimas serão encaminhadas para fazer um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), nos Barris. Trata-se de um exame ginecológico, em que é feita a coleta de material para verificar se há sêmen em algum local do corpo da mulher. E, em alguns casos, também é feito um exame de sangue.

Lá dentro, desde março de 2015, o exame — assim como qualquer outro tipo de avaliação médica necessária — é feito em um cômodo específico do IML: a Sala Lilás. Entre as paredes plotadas nessa cor, símbolo do feminismo e da igualdade, o objetivo é dar mais privacidade e causar um pouco menos de desconforto às vítimas. 

Após o exame, a vítima será acolhida no Serviço Viver, que fica lá mesmo, na sede do IML, onde recebe acompanhamento médico, psicológico e jurídico. "Quando chega alguém no Viver que ainda não passou por uma delegacia, a gente estimula e orienta (para evitar a subnotificação). Mas depende muito do estado emocional da pessoa", diz a coordenadora do Viver, Dayse Dantas.

Classificação Indicativa: Livre

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