O que era para terminar com o espírito de competição entre meninos da Divisão de Base do Bahia e Vitória, da categoria Sub-13, terminou em pancadaria e violência na tarde de domingo (14), durante a final do campeonato, no Estádio do Barradão.
A confusão, que começou nos três minutos finais da partida - cujo triunfo já era garantido para o Bahia em um placar de 2 a 1, fez do gramado um verdadeiro campo de batalha. De acordo com a mãe de um dos alunos que joga no Vitória, que resumiu o ocorrido como completa agressividade, o goleiro do tricolor deu um soco no atacante rubro-negro. "Foi um absurdo, pura violência. Na mesma hora a briga ganhou força e pais dos alunos querendo defender os filhos pularam o alambrado e acabaram se machucando", contou a mãe, que se identificou com o prenome Carla.
Segundo Carla, o erro está em toda estrutura. Ela contou à equipe de reportagem do Bocão News que no dia 25 de maio um caso semelhante aconteceu no jogo de Madre de Deus. "Foi uma semifinal contra o Bahia. Houve agressão por parte do time adversário. Ontem, não foi a primeira vez. E não havia necessidade da agressão porque o Bahia estava ganhando", disse, lamentando que até o marido foi agredido tentando defender o filho. "Meu filho foi perseguido. Não quero mais que ele jogue nestas condições e, por isso, nós pais iremos pedir a retirada do Bahia da competição. Tem vários meninos e pais com hematomas pelo corpo", afirmou.
Em contato com o jornalismo do Bocão News, o presidente do Vitória, Alexi Portela, acusou o diretor da Divisão de Base do Bahia de colocar 'gato' nos BaVis. Segundo Portela, meninos com mais de 13 anos estariam sendo inscritos nos campeonatos - o que gera a violência, agressão e intimidação aos jogadores do Vitória.
Sobre a afirmação de Portela, Carla não hesitou e disse: "Isso pode ser verdade sim. Basta olhar para eles e ver que o físico e a força que demonstram ter não condiz com a de um garoto de 13 anos, idade do meu filho", revelou.
Já Luciano Cortizzo, organizador do campeonato, confirmou à equipe do Bocão News que não há como afirmar esta acusação. "O que posso dizer é que toda documentação solicitada - no qual só é permitida a participação de nascidos em 99, estavam todas - tanto as do Bahia quanto as dos meninos do Vitória, dentro das condições. Não tenho como provar se a documentação é falsa ou não", disse. Sobre o ocorrido, Cortizzo lamentou e ressaltou que tudo estava bem organizado e tinha tudo para ter o final devido. "Trabalho com os dois grupos e, infelizmente, tive que presenciar esta violência".
Mas, já em contato com Newton Mota, o diretor esportivo da Divisão de Base do tricolor, disse não acreditar na acusação feita pelo presidente do Vitória. "Tenho 29 anos na Divisão de Base. O Bahia nunca perdeu pontos ou foi eliminado por conta de 'gato'. É uma acusação despropositada e descabida", afirmou Mota.
Segundo ele, as brigas, infelizmente, acontecem e há todas as provas e documentos de que os meninos do Bahia têm 13 anos. "Refuto o Alexi como uma pessoa equilibrada e do bem. Ele agora vai ter que provar. Nunca, jamais fiz gato. Nossa documentação é entregue sempre à organização e nossos jogadores são chamados também para a Seleção Brasileira, que é rígida com isso. Nunca tivemos problema algum", explicou.
Mota acredita que "estão querendo tirar o foco da derrota porque foi lá dentro. Considero esta declaração de Portela um absurdo e uma falta de ética. Trabalhei dez anos no Vitória e nunca tive problema com isso", disse, afirmando que a briga de ontem começou porque o jogador do Vitória chamou o goleiro do Bahia de 'frangueiro' e 'Filho da...'.
Nilton Mota disse que irá acionar o setor jurídico do Clube para avaliar esta declaração de Alexi Portela. "O Vitória precisa aprender a perder", concluiu.
O próximo BAVI Sub-13 está marcado para dezembro. Mesmo com a confusão no jogo de ontem, o Bahia ficou com o título da categoria.
Nota originalmente publicada às 14h do dia 15
