De acordo com o Marcelo Cerqueira, 37, que leciona no colégio Leonor Calmon em Cajazeiras, a greve dos professores é apenas a ponta do iceberg na educação na Bahia. “Há superlotação nas escolas, infiltrações e estruturas sem reforma há muitos anos. Este é um problema de política de estado, que colocado a educação apenas nos discursos políticos” relatou o professor de sociologia e filosofia.
Complementando o que disse o companheiro de movimento grevista, o professor de história, Anderson Silva, 32, e falando com embasamento sobre as promessas do governador, ele apresenta cópia de documentações assinados em acordo. “O governo Wagner reteve mais de R$ 8 bilhões que seriam destinados a educação”, diz oAnderson que entregou para a reportagem do Bocão News uma cópia do Termo de Acordo do Ensino Fundamental e Médio, onde cita compromisso com o reajuste salarial:
Entretanto, o secretário de Educação do estado, Osvaldo Barreto, retruca o movimento dizendo que esta é uma luta sem causa, e acrescenta que a bandeira dos 22% é irreal: “o recomendado é que os professores retomem suas atividades para evitar mais prejuízo ao calendário de aulas que já há programa de reposição das aulas. O documento assinado e citado pelo sindicato não garante o reajuste solicitado pela categoria. A lei não garante nada, e ainda dá folga para o governo até 2014. Os cortes citados foram revisados e os salários que foram cortados indevidamente serão debitados em duas folhas de pagamentos nos dias 5 e 11 deste mês”. De acordo com o secretário, 22.900 professores tiveram o salário cortado e destes, 1600 foram cortes indevidos, “por conta de uma falta de comunicação entre a secretaria a as escolas”, disse.