Uma das maiores incorporadoras do país, a PDG protocolou na Justiça de São Paulo seu pedido de proteção contra dívidas de quase R$ 8 bilhões.
Endividada e com sucessivos prejuízos, a empresa tentara sem sucesso renegociar suas dívidas com bancos.
O pedido de recuperação judicial foi, assim, a forma encontrada pela atual gestão para tentar salvar a PDG da falência.
Ele inclui a incorporadora e mais de 500 "sociedades de propósito específico", empresas criadas para comandar os empreendimentos erguidos pela PDG.
Caso o pleito seja aceito pela Justiça, a companhia terá dois meses para elaborar um plano de reestruturação de suas dívidas e apresentá-lo aos credores.
A maior parte do que a PDG deve na praça está nas mãos de Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú e Votorantim.
A PDG nasceu em 2003 como uma área do banco Pactual (hoje BTG). Virou uma gigante do setor após a aquisição em série de rivais.
Com a compra de Goldfarb, CHL, Agre, Asa e LN, e um plano agressivo de lançamentos, chegou a ser a maior incorporadora da Bolsa brasileira, valendo mais de R$ 10 bilhões.
Há quase dois anos, contudo, tenta renegociar com credores e ajustar sua operação, com corte de custos e demissão de funcionários.
TENTATIVAS
Em 2015, já com problemas, a PDG anunciara a contratação do banco Rothschild para reestruturar sua dívida. Um acordo com os bancos foi fechado e a empresa começou a se desfazer de projetos.
Com a recessão prolongada, a incorporadora seguiu no prejuízo e o plano naufragou.
De janeiro a setembro de 2016 -último dado disponível-, foram quase R$ 1 bilhão em desistências de compradores que haviam financiado imóveis, os chamados distratos.
Com isso, as vendas líquidas, que excluem as desistências, ficaram em R$ 170 milhões, valor 64% inferior ao do mesmo período do ano passado.
No final do ano passado, a PDG passou por uma troca completa de comando e o conselho de administração foi inteiramente reformulado.
As mudanças são reflexo da chegada da RK Partners, de Ricardo Knoepfelmacher. A consultoria foi contratada para buscar uma solução para a companhia, que tem dívida bilionária e enfrenta queda nas vendas de imóveis e sucessivos prejuízos.
Especialista em reestruturação de empresas, Ricardo K, como é conhecido, foi responsável pela renegociação de dívidas da EBX, de Eike Batista.