Economia & Mercado

Com incertezas sobre Petrobras, Sete Brasil registra prejuízo de R$ 26 bi

Publicado em 30/07/2016, às 07h12   Folhapress


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A empresa de sondas Sete Brasil registrou prejuízo de R$ 26,028 bilhões em 2015, segundo balanço publicado nesta sexta-feira (29). As perdas refletem baixa de R$ 33,961 bilhões no valor das embarcações, diante das incertezas sobre sua contratação pela Petrobras e da falta de alternativas no cenário atual. 
Em 2014, a companhia havia apontado lucro de R$ 802,4 milhões. Criada para ser a maior fornecedora de sondas do pré-sal, a Sete Brasil pediu recuperação judicial em abril, com dívidas acumuladas de R$ 19,3 bilhões. 
A derrocada da companhia começou após o início da Operação Lava Jato, que identificou esquemas de pagamento de propinas na Petrobras e fechou o mercado de crédito à empresa. 
"Com os constantes atrasos e dificuldades no desenvolvimento de um plano, considerando também o cenário de baixa nos preços do petróleo e a consequente desaceleração dos investimentos em petróleo e gás, a administração entende que atualmente não é possível assegurar a continuidade dessas unidades", diz o balanço publicado nesta sexta. 
A baixa foi calculada com base na avaliação de uma consultoria independente, que analisou o valor de venda das unidades no mercado. 
O estudo diz que 15 sondas, que estão com menos de 5% das obras concluídas, não tem valor algum no cenário atual. 
Outras oito, que estão com até 50% das obras construídas, gerariam uma receita de R$ 140,5 milhões com a venda de equipamentos já comprados a outros fabricantes e do aço para sucata. 
Quatro sondas, que têm entre 50% e 80% das obras concluídas poderiam ser vendidas no estágio atual por R$ 167,9 milhões. 
As duas mais avançadas, Arpoador e Urca, valeriam R$ 175,7 milhões nas condições atuais. 
Assim, o valor das 29 sondas foi reduzido de R$ 34,445 bilhões para R$ 484,2 milhões. 
"Ainda que o preço do petróleo tenha tido alguma recuperação, o que é alguma tendência para 2017, este efeito não impacta de imediato na recuperação do mercado de equipamentos por conta do excesso de oferta de sondas no mercado", diz o texto. 
A companhia vinha negociando com a Petrobras uma revisão nos contratos de aluguel das sondas, mas não houve avanço, e decidiu pedir recuperação judicial. 
Em um último movimento, a Petrobras chegou a sugerir um mediador para ajudar as duas partes a chegarem a um consenso. 
A companhia tem como sócios a própria estatal e os bancos BTG Pactual, Santander e Bradesco, investidores estrangeiros, os fundos de pensão Petros, Funcef e Previ e o fundo FI-FGTS. 
O balanço aponta ainda uma dívida de R$ 5,670 bilhões com os estaleiros contratados para construir as sondas, que não foram incluídos entre os credores do processo de recuperação judicial.
Publicada no dia 29 de julho de 2016, às 20h

Classificação Indicativa: Livre

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