Economia & Mercado

Abrasel é contra abertura de restaurante do SESC em shopping de Salvador

Publicado em 23/07/2016, às 13h06   Juliana Nobre


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A tentativa de instalar o Restaurante do Comerciário no Salvador Shopping foi rechaçada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). O contrato foi firmado no fim do ano passado entre representantes do Serviço Social do Comércio (Sesc) e Grupo JCPM, investidor do estabelecimento, para garantir um restaurante com preços acessíveis a comerciários que trabalham no shopping. Contudo, os empresários do setor não concordaram com a iniciativa.

De acordo com o presidente executivo da associação, Luiz Henrique do Amaral, os empresários estão “preocupados com o contrato”, já que a instalação do novo restaurante poderá causar prejuízos aos outros estabelecimentos do local. “Importante considerar, contudo, que a operacionalização do mencionado convênio entre o Salvador Shopping e o SESC importará em sérias consequências para os lojistas proprietários de restaurantes no Salvador Shopping, que sofrerão uma significativa perda com a diminuição de até 6.200 clientes por dia na praça de alimentação. Isso porque a maioria dos funcionários do shopping (administração e lojas) fazem suas refeições no próprio shopping, nos restaurantes e lanchonetes localizados no terceiro piso e também na ala gourmet (primeiro piso)”, escreveu Amaral.

A Abrasel reforça que um restaurante com preços subsidiados “importará em um agravamento da já complicada situação dos bares e restaurantes ali instalados, ocasionando a inevitável diminuição das vagas de empregos por eles oferecidas e, eventualmente, o encerramento das atividades de algumas lojas em virtude da inviabilidade econômica pela redução do faturamento, especialmente aqueles restaurantes e lanchonetes que oferecem refeições a preços mais acessíveis”.

Amaral ainda critica o posicionamento do Sesc. Segundo ele, ao firmar o contrato, o serviço vai de encontro à sua própria finalidade de que “sob regime de unidade normativa e de descentralização executiva, atuará em íntima colaboração e articulação com os empregadores contribuintes”.

Outro ponto que dificulta a implantação do restaurante é que para a associação, o Sesc se tornará mais que um concorrente. “Uma instituição bancada pelas nossas contribuições e se tornando concorrente com preços subsidiados. Seria a mesma coisa q a Abrasel montasse um restaurante no shopping a preços subsidiados”, afirmou ao Bocão News.

Uma reunião entre a associação, o Sesc e o investidor do shopping foi solicitada, mas não houve nenhum retorno até o momento. 

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do Sesc, que encaminhará nota de esclarecimento na segunda-feira (25).

Publicada originalmente dia 22

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