Economia & Mercado

Gasolina pode ter maior alta em 13 anos

Publicado em 22/07/2017, às 08h50   Folhapress


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Os postos de gasolina começaram a receber, nesta sexta (21), combustíveis já com as novas alíquotas de PIS/Cofins anunciadas na quinta (20). Se houver o repasse integral do aumento, a gasolina subirá, em média, 11,7%, a maior alta pelo menos desde 2004, início da série histórica semanal de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Levantamento feito pelo presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia, mostra que as distribuidoras aumentaram os preços da gasolina em R$ 0,4075 por litro, praticamente o mesmo valor anunciado pelo governo (R$ 0,41).
"Não me lembro de outra ocasião em que subiu tanto de uma só vez. Com certeza, vai ter reflexos nas vendas, porque o consumidor não tem mais de onde tirar dinheiro." De acordo a ANP, a única vez, desde 2001, em que a gasolina subiu mais do que isso foi em novembro de 2002: alta de 12,3% nas bombas, ou R$ 0,55 a preços atuais. A estatística, porém, considera o preço mensal.
Gouveia diz que o diesel foi elevado em R$ 0,2297, e o etanol, em R$ 0,2082. A conta é resultado de comparação entre faturas emitidas nesta sexta com os preços de antes da mudança nos impostos. Na quinta, o governo anunciou alta das alíquotas de PIS/Cofins sobre os três combustíveis com o objetivo de arrecadar R$ 10,4 bilhões e evitar aumento do deficit fiscal.
Considerando o preço médio verificado pela ANP em postos na semana passada, de R$ 3,485 por litro, o repasse elevará o valor a R$ 3,895. É o valor mais alto desde março de 2016, quando a gasolina custava R$ 3,909, em valores atualizados, segundo cálculo feito pelo CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) a pedido da reportagem.
A elevação dos impostos interrompe uma trajetória de queda dos preços nos postos que dura desde o início do ano, resultado de reduções promovidas pela Petrobras para tentar conter importações por empresas privadas. Para especialistas, os preços da refinaria devem ser mantidos em baixa, uma vez que não há perspectivas de alto do petróleo e a Petrobras continua sofrendo concorrência com importados.
PREÇO NA BOMBA
Levantamento feito pelo "Agora" em dez postos da capital paulista nesta sexta apontou que a mediana dos reajustes da gasolina foi de R$ 0,30, abaixo, portanto, do aumento de R$ 0,41 dos tributos. O preço máximo encontrado foi R$ 4,19. A mediana da alta do diesel e do álcool foi de R$ 0,20.

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