Direto de Brasília

Direto de Brasília: testemunha de Dilma, economista começa a ser ouvido

Publicado em 26/08/2016, às 14h07   Luiz Fernando Lima


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A primeira testemunha de defesa da presidente Dilma Rousseff (PT), professor e economista Luiz Gonzaga Belluzzo começou a ser ouvida na retomada da sessão desta sexta-feira (26) no Senado. Antes do reinício, no entanto, o ambiente nos salões da Casa Alta do Congresso Nacional era o pior possível. Por volta das 14 horas, o cálculo do presidente da sessão, ministro Ricardo Lewandowski dá conta de que para se ouvir as outras cinco testemunhas de defesas serão necessárias 23 horas.
Em uma manhã onde as questões de ordem ocuparam praticamente o tempo não houve avanços nas discussões sobre o processo em si. Como se para quebrar o marasmo processual, senadores contrários e favoráveis ao impeachment voltaram a se digladiar sendo Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) os mais irritados.
A troca de ofensas entre os dois fez com o que o presidente do Senador, Renan Calheiros (PMDB-AL) entrasse na discussão. Iniciou afirmando “O Senado está perdendo uma oportunidade de se afirmar perante o país como uma instituição verdadeiramente representativa da sociedade. Nós não podemos apresentar esse espetáculo à sociedade”.
As declarações do peemedebista incendiaram o plenário de modo que o último ato agravou aquilo que já estava devastado. Antes de sair, Renan declarou que “a senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer aqui para todo o País que o Senado Federal não tinha moral para julgar a Presidente da República. Como a senadora pode fazer uma declaração dessa, exatamente uma senadora que há 30 dias o presidente do Senado Federal conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu esposo”.
Embora a oitiva do professor Belluzzo já tenha começado a expectativa gira em torno da promessa de uma nota à imprensa a ser expedida pelo presidente Renan Calheiros. O peemedebista enviou uma reclamação ao Supremo, no final de junho, contra a busca e apreensão no apartamento da senadora Gleisi quando da prisão do marido, Paulo Bernado denunciado pela Operação Lava-Jato.
Contudo, ao afirmar em plenário que interveio em favor da senadora, foi desmentido pela petista. Embora haja uma certa parcimônia por parte dos senadores que apoiam Renan, outros parlamentares cobram explicação do presidente da Casa. 
Não são poucas as especulações em torno de uma influência de Renan a cortes, mas à Suprema é um dado novo. Neste sentido, a nota oficial trará uma justificativa para “jogar panos quentes” na relação ruim, mas não encerra o assunto. Afinal, a declaração foi vista como ato falho bradado num momento de raiva.

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