Denúncia

Denúncias de caixa dois no Gandhy vão parar no Ministério Público

Imagem Denúncias de caixa dois no Gandhy vão parar no Ministério Público
Após contas aprovadas em assembleia, ex-diretor ingressa ação no MP  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 19/08/2014, às 06h43   Gabriel Soares (Twitter: @bocaonews)


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Um dos legados mais valorosos do líder hindu Mahatma Gandhi, assassinado há 66 anos, é “o caminho da verdade” ou “a busca da verdade”, que parece ter sido esquecido pela atual diretoria do Afoxé Filhos de Gandhy, um dos maiores blocos afro do Carnaval de Salvador, de acordo com a denúncia do ex-diretor e associado, Raimundo Guerreiro.

As acusações de formação de caixa dois e desvio de verba pela atual diretoria foram levantadas há cerca de um ano atrás, mas após as contas atuais terem sido aprovadas em assembleia, elas embasaram a queixa registrada na 1ª Circunscrição Policial (1ª CP) da capital baiana.

De acordo com o estatuto interno dos Filhos de Gandhy, a assembleia de prestação de contas do ano de 2012, deveria ter sido feita até maio de 2013, mas ela não foi convocada. A primeira assembleia foi convocada para novembro de 2013, cancelada próximo à data e remarcada para dezembro, que foi cancelada novamente e só aconteceu em março de 2014, após o carnaval.

Na assembleia de março deste ano, Raimundo Guerreiro, que outrora fez parte do Conselho Fiscal da entidade, apresentou um “Relatório das Consistências”, elaborado e assinado por um Técnico em Contabilidade, a partir da análise de documentos internos dos Filhos de Gandy, apontando uma série de denúncias, a exemplo de distorções e valores errôneos nos saldos das contas, superfaturamento do caixa de 2012 em decorrência da ausência de uma série de documentos obrigatórios, inexistência de Faturas e Notificações de Débitos, dentre outras acusações. Mesmo com a apresentação deste documento, as contas apresentadas pela Diretoria foram aprovadas na referida assembleia.

Inconformado com a situação do trato financeiro da instituição, Raimundo Guerreiro ingressou com uma queixa junto à 1ª Circunscrição Policial (1ª CP) de Salvador, notificando dez integrantes da atual diretoria dos Filhos de Gandhy, dentre eles o presidente eleito Agnaldo Silva, e o presidente em exercício, Francisco Lima. Reunindo a queixa com o relatório assinado pelo contador, está sob os trâmites do Ministério Público da Bahia um processo que visa apurar as inconsistências nas contas da entidade, uma vez que as denúncias acusam mau uso de dinheiro público pela entidade, devido aos apoios financeiros concedidos pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, Empresa de Turismo da Bahia – Bahiatursa – e do Fundo de Investimento Econômico e Social da Bahia – Fies.

De acordo com o que está relatado no processo, “houve, em tese, o cometimento dos delitos de estelionato, falsidade de documento particular, falsidade ideológica e uso de documento falso, pelo que devem responder criminalmente na forma da lei, caso sejam comprovadas as suas autorias “.

Para Raimundo Guerreiro, “a diretoria, além de ter convocado a assembleia com significativo atraso com intuito de analisar as contas somente após o carnaval de 2014, ignorou o documento elaborado pelo contador, e participa ativamente no desvio de verba, caixa dois, e pagamento de ‘mensalões eleitorais’”.  

Procurado pela equipe do Bocão News, o presidente em exercício dos Flhos de Gandhy, Francisco Lima, afirmou que a diretoria já tem conhecimento das acusações e do processo em andamento, e que a mesma só pode emitir qualquer informação oficial após reunião que acontecerá na tarde de amanhã (19). 

Publicada no dia 18 de agosto de 2014, às 17h05

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