Denúncia

Precariedade do SUS: mulher é atendida em maca de madeira e levada em carroceria

Publicado em 05/09/2015, às 06h50   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


FacebookTwitterWhatsApp

A precariedade do Sistema Único de Saúde (SUS) continua espantando a população com casos grotescos como o que ocorreu no município de Serrolândia, no Centro Norte Baiano, na última quarta-feira (2). Um vídeo que chegou ao Bocão News mostra o sofrimento da população que busca por atendimento público de saúde. Uma mulher de prenome Mirailde sofreu um acidente de moto no município e precisou ser encaminhada ao hospital da cidade. No entanto, sem ambulância, a mulher recebeu os primeiros atendimentos no chão, sendo carregada em um pedaço de madeira e levada numa caminhonete.

É notória a dificuldade que as enfermeiras passam para prestar os primeiros socorros sem material suficiente. A ajuda da população foi essencial para salvar a vida da mulher que ainda improvisou sombreiro na caminhonete. Mirailde chegou ao Hospital Municipal Jonas Ferreira da Silva. Contudo, a unidade não possuía médicos. Os primeiros atendimentos foram prestados, porém, a mulher foi encaminhada para Jacobina.

No município há quatro ambulâncias. Destas, duas não há mais condições de rodarem pelo município. As outras estavam com pacientes em municípios limítrofes.

Em conversa com o Bocão News, na noite desta sexta-feira (4), o prefeito de Serrolândia, Gildo Bispo (PCdoB), demonstrou apreensão com a situação e confirmou as informações da precariedade do sistema de saúde no município. Segundo o gestor, o único hospital da cidade recebe recursos mensais de R$ 22 mil, sendo que o necessário é de R$ 200 mil. Esse recurso ainda chega em atraso, por volta de 60 dias depois. “Ainda temos problemas com os médicos. Eles são pagos com esse recurso, mas não há comprometimento. Muitos não querem se deslocar para Serrolândia, até porque tem atraso de salários”, contesta.

Bispo contou que o problema da saúde no município é histórico. “Estou no meu sétimo ano de mandato, mas os recursos sempre foram escassos. Repor médico também é muito difícil. Quando eles faltam, avisam na última hora, não temos como repor”, justifica.

A unidade hospitalar faz, em média, 150 internamentos por mês e de 40 a 50 consultas por dia. O município possui 13.377 habitantes.

Veja o vídeo:

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp