Um imbróglio envolvendo o dono de uma Ranger modelo XLT 4X4, 2013/2014 e a loja de venda de automóveis, Indy Car, que fica no Auto Shopping Itapoan, em Salvador, veio parar no site Bocão News, nesta terça-feira (26). De acordo com o empresário Fábio Ribeiro Dias, ele comprou a Ranger no dia 3 de março deste ano e no dia 12 o carro bateu o motor. "Estava na Linha Verde indo trabalhar quando o carro quebrou. Aí, por estar na garantia a Ford me deu outro motor. Só peguei o carro dia 27 de abril. Daí, no dia 5 de maio o veículo apresentou outro problema. Desta vez, na caixa de marcha e estou até agora sem carro", relatou Fábio, que enviou fotos da Ranger sendo guinchada.
Ainda segundo o empresário, o dono da Indy Car, Leo Sacramento, foi procurado e "fiz a ele uma proposta de me pagar R$ 50 mil e o restante quando ele vendesse o carro. Porque quero meu dinheiro de volta. Não vou pagar para ver", afirmou, informando que o valor da Ranger foi R$ 110 mil.
Mas, a reportagem conversou com Sacramento que ressaltou não devolver o dinheiro "porque está na garantia. É assim que fazemos na loja. A Ford vai trocar a peça e eu não sabia que o carro daria estes problemas. É de fábrica. O carro foi vendido a Fábio com 30.000 km e com a revisão dos 25 mil km feita. Se está na garantia, ele terá o carro dele 100% após a Ford trocar, sem custo algum para ele, as peças com defeito", explicou ao Bocão News, afirmando não haver possibilidade de negociação.
Com relação à garantia de três anos, Fábio foi taxativo: "não comprei garantia. Comprei um carro e já paguei por ele. Não fiz
consórcio. Tentei fazer de uma forma amigável, mas o carro é para o meu trabalho e estou sendo prejudicado", alega. Léo Sacramento diz entender a situação de Fábio, mas conclui: "Ele deve processar a Ford, não a mim".
Direitos do Consumidor
A redação do Bocão News entrou em contato com o professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e especialista em Direito do Consumidor, Ricardo Maurício, que afirmou que "neste caso, estando comprovado todos os fatos a responsabilidade é solidária - ou seja, o Código de Defesa do Consumidor estabelece que tanto o estabelcimento quanto o fabricante respondam por isso. O consumidor pode acionar qualquer uma destas empresas, inclusive ambas. Se ficar realmente comprovada que o produto já trazia um vício que comprometia sua funcionaliddae ele pode buscar a restituição integral dos valores sem prejuízos. Pode pleitear, inclusive, danos morais e lucros cessantes - que refere-se ao lucro que ele deixou de ter, já que utilizava o veículo para o trbalho. Inclui aí também os danos morais decorrentes do constragimento".
Com relação à colocação da garantia do veículo por parte do dano da loja, Ricardo Maurício afirma que "não procede essa alegação de que o cosumidor entre com a ação contra o fabricante. A empresa Indy Car pode , ela sim, mover uma ação contra a fabricante. Para tentar provar que o defeito já veio da fábrica", salientou.
Publicada no dia 26 de maio de 2015, às 16h
