Denúncia

Cairu: SP Ambiental Ltda recebe milhões para descartar lixo em Área de Proteção

Publicado em 19/03/2015, às 17h12   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

Moradores da cidade de Cairu, no Baixo Sul do estado da Bahia, entraram em contato com a reportagem do Bocão News para denunciar um suposto caso de crime ambiental originado por causa de descarte irregular do lixo no município. Segundo informações da população local, a empresa contratada para fazer a coleta não estaria dando o destino correto aos resíduos da limpeza das comunidades.
“O turista paga R$ 15 para entrar em Morro de São Paulo. É cobrado um valor em defesa do meio ambiente, mas não serve para nada. A empresa que coleta o lixo está descartando em uma área verde. Só faz tirar o lixo de um lugar e colocar em outro”, desabafa um morador, que preferiu não se identificar por medo de retaliações.  Ele se refere à Taxa de Proteção Ambiental (TPA), de R$ 15, cobrada a todo turista que acessa a ilha, com objetivo de assegurar a manutenção das condições ambientais e ecológicas do Morro de São Paulo, no Arquipélago de Tinharé.
Ainda segundo denúncia, o lixo coletado pela empresa SP Ambiental Ltda. é descartado sem qualquer tratamento em uma Área de Proteção Ambiental (APA), no trecho da BR-030, estrada que liga Maraú à praia de Barra Grande e de toda a extensão da península. Os moradores suspeitam também que por causa do descarte irregular do material, o chorume do lixão já contamina Rio Tabatinga, um afluente do Rio Maraú que deságua em praias da região, entre elas Taipu de Dentro e Campinhos.
Em contato com a reportagem do Bocão News, a superintendente de gestão, Fabiana Pacheco, reconheceu o problema do descarte irregular de lixo em Morro de São Paulo. Durante conversa ela detalhou as futuras medidas que prefeitura pretende adotar para que o problema seja resolvido, e que o município foi comtemplado no ano de 2014 com um plano de gestão integrada de resíduos sólidos.
“A gente está iniciando agora a implantação desse plano. Entre as ações estão o programa de coleta seletiva, que inclui a instalação de pontos de entregas voluntárias; cadastros de catadores de cooperativas, unidades de reciclagens; programa de compostagens, que é por conta da grande quantidade de material orgânico gerado nas ilhas, isso incluem hortas comunitárias e a construção de um galpão, que vai ser instalado em Morro de São Paulo, além da construção de um aterro sanitário e orientação a população”, explica. Já sobre o suposto caso de contaminação do rio, ela disse que e em breve será feito estudo para analisar as condições ambientais do local. “Também faz parte desse projeto”, afirma.
Durante conversa ela também garantiu que a empresa tem estrutura para coletar o lixo, feita por um caminhão comum. “A gente está em uma ilha, não posso colocar um caminhão compacto. Temos carros preparados e com seu tamanho adequado, porque não pode ser qualquer carro”. A SP Ambiental Ltda. foi contratada por R$ 4.177.224,40, por um ano e nove meses, e acabou sendo renovado.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp