Denúncia

Sindicato culpa falta de capacitação dos condutores por acidentes com ambulância

Publicado em 20/12/2014, às 22h38   Tony Silva (Twitter: @Tony_Silva)


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O Sindicato dos Condutores de Ambulância do Estado da Bahia (Sindcaeb) cobra das prefeituras do interior da Bahia o reconhecimento da classe nos serviços públicos. O colegiado éassociado a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e também a Associação Brasileira de Motoristas e Condutores de Ambulância (Abramca). De acordo com Varderson Lima, presidente do sindicato, todos os condutores de ambulância devem estar em conformidade com a Lei Federal 12.998/2014, que determina  que o candidato comprove treinamento especializado e reciclagem em cursos específicos, nos termos da normatização do Contran.

Segundo Vanderson, o risco de dirigir uma ambulância sem estar enquadrado na lei vai desde ter que responder por infração da lei de trânsito até o perigo de se envolver em acidentes por falta do conhecimento técnico específico.

O sindicalista faz graves acusações de irregularidades cometidas em ambulâncias de cidades do interior do estado. “A maior preocupação do sindicato é a sobrecarga de trabalho sobre os condutores de ambulância que vem de cidades do interior e que não são capacitados tecnicamente conforme reza a lei. Podemos flagrar nos grandes hospitais a exemplo do HGE Roberto Santos, ambulâncias em estado de conservação que oferecem riscos e ainda pacientes que viajam horas de cidades distantes sem a presença de um técnico de enfermagem, apenas com o seu acompanhante e o condutor. Todas as falhas citadas somadas a não qualificação técnica exigida na lei do condutor coloca em risco eminente a vida do paciente, o acompanhante e a própria equipe de socorro”, relata.

Só esta semana, dois acidentes envolvendo ambulâncias foram noticiados pelo BocãoNews. Na manhã desta quinta-feira (18), um desses veículos da cidade de Planalto, no centro-sul da Bahia, colidiu com um ônibus na região da Avenida Paralela e deixou os ocupantes da ambulância, entre eles o condutor, feridos, sendo socorridos por uma equipe do Samu. O outro acidente foi na noite desta sexta-feira (19) envolvendo um caminhão pipa e uma ambulância que deixou o condutor do veículo de socorro e um passageiro mortos no local. Além das duas vítimas fatais, uma ficou ferida na grave colisão ocorrida na BA-290, próximo ao município de Teixeira de Freitas, extremo-sul da Bahia.

De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o caminhão tentava fazer uma ultrapassagem quando foi atingido por uma ambulância que vinha em sentido contrário. Segundo Vanderson, fatos como esses, acontecem também com ambulâncias do Samu, por conta da falta de adequação da profissão à lei.

Além dos riscos e problemas, como o não reconhecimento da profissão,o sindicalista aponta irregularidades na remuneração da classe. “Entre os condutores que trabalham nas redes públicas e privadas municipais do estado, muitos não recebem pagamento de insalubridade, não possuem plano de saúde e nem seguro de vida, mesmo trabalhando com risco na condução de ambulâncias atravessando rodovias estaduais e federais”, aponta.

O líder sindical solicita que as reparações na classe sejam feitas em todo âmbito estadual e que as prefeituras e unidades de saúde privadas que utilizam ambulâncias sejam fiscalizadas pelo governo federal a fim de adequar a situação da classe. Vanderson divulga o email do sindicato para quem tiver interesse em denunciar irregularidades: presidente@sincaeb,org.br e o site www.sindcaeb.org.br.

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