No Balanço Geral desta última quarta-feira (18), o apresentador Zé Eduardo mostrou a situação de uma praça no bairro de São Caetano, cujo local estaria com obras inacabadas. Essas obras fazem parte do projeto de Construção de Praça de Esporte e Cultura, do PAC 2, do Governo do Estado, juntamente com a Prefeitura de Salvador, onde a Superintendência de Conservação e Obras Públicas do Salvador (Sucop) responde pelas obras.
Após a denúncia, um dos funcionários que prestou serviço às empresas, procurou a redação do Bocão News para apontar o motivo do abandono das obras. Segundo o autônomo, Hundinei Bonfim Rodrigues, as empresas TWN Construtora LTDA, TRD Construções LTDA e Solo Construções e Incorporadora, foram as ganhadoras da licitação milionária, cujas mesmas ficaram responsáveis pela construção das praças de Canabrava, São Caetano, Valéria e Orla da Ribeira. Dos quatro bairros, apenas o último teve as obras concluídas, sendo as outras, abandonadas e sem prazo de finalização.
Durante a denúncia, Hundinei que trabalhava na parte de retirada de entulhos, com sua caçamba particular, afirmou que a TWN realizou o pagamento através de cheques, todos sem fundo. Apenas para ele, a empresa licitada devia mais de R$ 60 mil, cujos cheques estavam assinados por uma das responsáveis da empresa, Naiane Dias Pinto.
Além de Naiana, também estagiária da Sucop, Osvaldo Oliveira Pinto, Willian Pinto e Telma Ribeiro Dias - todos da mesma família - estão envolvidos, de acordo com os funcionários, no golpe aplicado pela empresa, cujos mesmos afirmam, seguramente, que a dívida se deu desde que a Prefeitura de Salvador não repassou o valor acordado.
“Todos os dias eles afirmavam que iam pagar mais a conversa fiada perdeu a graça. Foi quando no mês de maio decidimos parar as obras e de lá pra cá nosso pagamento não passa de promessa”, contou Hundinei, afirmando ainda que a família tem vários cheques sem fundo assinados e espalhados pela praça, todos registrados no CDL.
Procurado pelo Bocão News, o secretário de Infraestrutura, Habitação e Defesa Civil, Paulo Fontana, informou que este é um problema de exclusividade das empresas, já que as mesmas receberam o valor por parte da Prefeitura: “O pagamento para a construção das obras já foi repassado há muito tempo. Inclusive, essas empresas tiveram o contrato licitatório reincidido, por mostrarem não ter condições alguma de permanecerem na execução das obras”.
Fontana disse ainda que a Prefeitura de Salvador já enviou a Caixa Econômica Federal uma planilha de custos a ser avaliada. O valor seria de R$ 8 milhões e serão aplicados na conclusão das obras nas três praças. Após aprovação, um novo processo licitatório será aberto para que uma nova empresa responda pela continuação das obras.
Vale frisar que as três empresas funcionam na garagem da residência da família, locada no bairro do Stiep. A equipe do BN tentou fazer contato com um dos representantes, porém não obteve sucesso. A redação entrou em contato, também, com a Sucop, cujo órgão confirmou que Naiane presta serviço a empresa no cargo de estagiária.
O caso foi registrado na 4° Delegacia, no bairro de São Caetano e uma audiência trabalhista foi marcada para o dia 06 de março, de 2015: “Vou mover o máximo de ação possível até que possamos receber o que temos como direito. Estamos argolados e com dívidas que partem para o âmbito pessoal, como escola de filho, por exemplo”, finalizou Hundinei.
