O Centro Histórico de Salvador se 'tinge' de vermelho e branco para homenagear Santa Bárbara, nesta quinta-feira (4), na celebração que abre o calendário de festejos populares da Bahia. A santa, também sincretizada como Iansã pelos adeptos do Candomblé - sendo reverenciada como o orixá das tempestades, raios e trovões -, é padroeira dos bombeiros e dos mercados. Comemorada há mais de 300 anos, é considerada patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) desde 2008. Para o secretário estadual Pedro Galvão, “este é um evento que mobiliza a comunidade e atrai visitantes para a cidade. A força de Santa Bárbara e Iansã incentiva e impulsiona a fé no nosso povo”.
Para o Capelão da Igreja do Rosário dos Pretos, padre Lázaro Muniz, a festa é um momento único, capaz de unir pessoas de várias crenças, que vão às ruas movidas pela fé, em busca de proteção. “O ato de celebrar a santa ou o orixá traduz a esperança, o amor e a busca de proteção por meio da fé”. Ele estima receber cerca de 10 mil pessoas para saudar a santa.
Programação
Às 6h, uma alvorada com fogos de artifício abre o dia festivo. A partir das 8h, os devotos participam de uma missa campal, no Largo do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador. Em seguida, uma procissão percorre as ruas Gregório de Matos, João de Deus, Terreiro de Jesus e Ladeira da Praça até o prédio do Corpo de Bombeiros, localizado na Barroquinha, onde Santa Bárbara é, mais uma vez, homenageada.
Após as honrarias, os devotos retornam ao Pelourinho, seguindo pela Baixa dos Sapateiros e Rua Padre Agostinho, agradecendo e renovando seus pedidos de bênçãos e graças. Após participar da missa, baianos e turistas costumam degustar o tradicional caruru, servido em casas e estabelecimentos populares por adeptos do Candomblé. A festa continua durante a tarde e à noite, com programação cultural formada por 13 atrações musicais - todas as apresentações são gratuitas.
