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Aeroporto de Salvador: Quatro anos após início, obra segue sem data de entrega

Publicado em 13/01/2016, às 19h29   Chayenne Guerreiro (@bocaonews)


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Quatro anos de obras, inúmeros prazos de entrega e nessa quarta-feira(13), as obras do aeroporto de Salvador que seriam realizadas para a Copa do Mundo de 2014, continuam sem prazo para terminar. Quando lançada, em junho de 2012, a reforma do aeroporto tinha prazo de conclusão de 18 meses. Como o Mundial já aconteceu, há quase dois anos, a preocupação agora é com o auge do verão, os meses janeiro e fevereiro, além, claro, do carnaval.

Nesse período são esperados 4,9 milhões de turistas na Bahia, a maioria vinda de estados brasileiros, como Rio, São Paulo e Minas Gerais, a outra parcela, deve vir de países europeus e dos Estados Unidos. Dos 4,9 milhões, pelo menos 1,5 milhão vão desembarcar e permanecer em Salvador. Somente nos cinco dias de folia momesca, espera-se pelo menos 450 mil pessoas.

Atualmente, o cenário do único aeroporto da capital baiana, beira o caos. No segundo andar do local, tapumes impedem a circulação da população e avisos de papel colados com fita adesiva indicam os novos postos de check in. Na área de desembarque, a cena não muda muito. Quem precisa pegar um táxi ou esperar uma carona  no local, tem que ter paciência. Faixas fluorescentes que deveriam ser usadas para chamar a atenção dos passantes, na verdade, acabam atrapalhando a visão de quem aguarda o carro. Passageiros acabam tendo que ir pra beira da pista para conseguir ter uma visão melhor.

A equipe do Bocão News esteve no local, na tarde dessa quarta-feira(13) e presenciou, além das dificuldades citadas, a falta de preparo e a irresponsabilidade de quem trabalhava na obra. Um tipo de guindaste movia dois funcionários que aparentavam trabalhar com fios de eletricidade - questionados pela reportagem, os funcionários se negaram a dar informações-. O objetivo era passar o fio de um lado a outro da pista de desembarque, com o guindaste parado ao lado dos taxistas que se espremiam para tentar estacionar próximo ao passeio da via. A única proteção existente para os motoristas? A velha fita laranja fluorescente. “Assim que desembarquei, evitei ficar próxima a pista, pedi que meu marido me ligasse quando chegasse. Vi aquele guindaste ali e logo senti que não podia acabar bem. É uma falta de respeito, os banheiros estão sujos, a escada rolante quebrada, é um poeirada em cima da gente. Tentar pegar um táxi virou uma loucura, pela falta de organização da área de desembarque. Nosso aeroporto está entregue as moscas,” contou a administradora, Julia Miosso.

O advogado, Pedro Curvelo, precisa viajar a São Paulo, três vezes no mês, ele diz sentir na pele os efeitos da interminável obra. “Eu ando com remédio de dor de cabeça na mão, porque já sei como vai ser. Basta desembarcar para começar o suplício. Aqui do lado de fora, além de ser um calor insuportável por conta do engarrafamento que se forma, como consequência da obra, ainda tem o barulho das máquinas. Eles anunciam que vai melhorar mas eu só vejo piora,” disse.

O custo total da obra ultrapassa os R$ 112 milhões. Procurada pela equipe do Bocão News, a assessoria da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária(Infraero), afirma que em virtude do anúncio da concessão do aeroporto à iniciativa privada, tanto o cronograma de entrega como o escopo dos serviços estão sendo revistos pelo orgão juntamente com a Secretaria de Aviação Civil (SAC). Ainda de acordo com a Infraero, até o momento, foram executados 71,2% dos serviços, já tendo sido entregues as seguintes melhorias:   1ª etapa da nova área de check-in, primeira fase da 2ª etapa da nova área de check-in, ampliação da sala de embarque doméstico remoto (de 218,04m² para 573,41m²), ampliação dos sanitários, conjunto de banheiros do saguão de desembarque internacional, conjunto de elevadores, escadas rolantes e escada fixa (ligação do térreo e o 1º pavimento), reforma do elevador do desembarque internacional, esteiras da praça de bagagem (1ª fase), esteira de restituição de bagagem em formato “U” na sala de desembarque doméstico, banheiros da praça de alimentação, balcões de atendimento para as empresas aéreas e a 1ª etapa da reforma e ampliação da rampa de embarque doméstico.

 O órgão informou ainda que entre as melhorias que ainda precisam ser feitas estão os seguintes serviços:  restante da 2ª etapa da nova área de check-in, reforma das salas de embarque e adequações gerais do terminal de passageiros, além da reforma da fachada frontal com ampliação da cobertura do meio-fio.

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