Cidades

Instituto dos Arquitetos aciona Justiça contra obras do La Vue na Barra

Publicado em 17/12/2015, às 07h09   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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A construção de um prédio residencial de luxo com 30 andares na Ladeira da Barra, orla de Salvador, motivou uma ação civil pública que pede a suspensão da construção do edifício. De autoria do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Departamento Bahia (IAB-BA), a ação apontou a falta de adequado estudo prévio de impacto de vizinhança para a obra, que tem vista para o Porto da Barra, Baía de Todos-os-Santos, em uma região com patrimônios tombados e com monumentos históricos.
De acordo com a empresa responsável pelo La Vue, a Porto Ladeira da Barra Empreendimentos SPE Ltda, os pareceres e as licenças foram autorizados por órgãos responsáveis, como o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia (IPAC) e Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom).
A presidente do IAB, a arquiteta Solange Araújo, aponta que o órgão não é contra o empreendimento por conta do local onde está sendo erguido, mas devido à altura do prédio. Segundo ela, a torre vai prejudicar a visibilidade da paisagem e também dos patrimônios tombados. "Esse prédio vai ser uma violência enorme para o entorno", disse ao G1.
Solange Araújo cita ainda o Cemitério dos Ingleses. Mais abaixo, perto do Porto da Barra, há no local o Forte de Santo Antônio e o de Santa Maria. "A paisagem é especial porque se tem inúmeros monumentos preservados e que precisam ter a paisagem assegurada. Esse prédio impacta negativamente na paisagem do entorno, considerado que nenhuma outra edificação do local é tão alta. Todas as outras têm altura média de 35 a 37 metros, mesmo nível da Igreja de Santo Antônio. Essa edificação terá o triplo disso", destacou.
Briga na Justiça
O desembargador Jirair Meguerian, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em decisão de 7 de dezembro, determinou a suspensão temporária do andamento das obras do La Vue e a comercialização de unidades até que a primeira instância julgasse o mérito. No mesmo dia, a juíza Luísa Ferreira Lima Almeida, da 16ª Vara Federal, em primeira instância, ordenou a continuidade das obras ao revogar a liminar, de acordo com a defesa da empresa.
Na segunda-feira (14), o desembargador Meguerian novamente se manifestou e considerou "prejudicado" o pedido de liminar por ele julgado já que o processo foi avaliado pela juíza. O IAB vai dar continuidade ao processo a partir da ação civil pública.

Classificação Indicativa: Livre

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