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Mulher é agredida com copo após defender irmã de assédio durante carnaval

Publicado em 08/02/2016, às 08h12   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Uma nutricionista de 27 anos foi agredida com um copo durante o carnaval de Salvador após defender sua irmã de um folião que deu em cima dela. O caso ocorreu no circuito Dodô (Barra-Ondina), por onde passam as principais atrações da folia. Ludmylla de Souza Valverde prestou queixa na 14ª Delegacia Territorial (DT), mas a Polícia Civil ainda não identificou o autor da agressão.
Ludmylla curtia a passagem dos trios com a irmã, Thaianna de Souza Valverde, na pipoca, na noite de sexta-feira (7). Dois homens que estavam no bloco "Eu Vou", comandado pela banda Aviões do Forró, se aproximaram e um deles teria assediado a irmã da nutricionista.
"Nos estávamos na pipoca de Daniela mas, como estava muito cheio, decidimos parar e esperar o trio de Luiz Caldas, que estava mais vazio. Só que antes de passar o trio de Luiz veio o trio do Aviões. Então, dois homens que estavam no bloco passaram por baixo da corda e vieram em nossa direção. A minha irmã estava passando batom e um deles tomou o batom dela e depois passou a mão na cintura dela e na boca", disse ao G1.
Após ver a irmã sendo assediada, Ludmylla afirma que pediu para que os dois se afastassem, mas foi empurrada por um deles. "Eu pedi para ele sair, mas ele se irritou. Disse que eu era ignorante, que não sabia brincar, e me empurrou no meio do povo. Em seguida, eu revidei e empurrei ele também. Depois o colega dele atirou o copo de acrílico e pegou no meu rosto", contou.
A moça afirma que teve um corte da testa e chegou a desmaiar após ser atingida pelo copo. "Desmaiei porque perdi muito sangue. Por causa do corte, acima da sobrancelha, levei oito pontos e meus dois olhos ficaram bastante roxos. Acho que o copo estava cheio de bebida, porque foi muito forte. Foi tudo muito rápido. Fui socorrida e atendida no posto médico montado no circuito. Prestei queixa no mesmo dia e fiz exame de corpo de delito no sábado", afirmou. A irmã de Ludmylla não ficou ferida.
"No carnaval, existe uma exposição maior, mas esse problema nao é específico do carnaval. É um problema que muitos homens têm diante de uma negativa. Muitos deles não sabem receber um não. Eu não sou obrigada a abraçar e nem beijar quem eu nao quero. É preciso que entendam isso. Mas esse problema nos assola diariamente", comentou Ludmylla.
A delegada Carmen Dolores Bittencourt, titular da 14ª DT (Barra), que investiga o caso, disse ao G1 que a polícia vai analisar as imagens de câmeras instaladas no circuito para tentar indentificar os envolvidos no caso.
"Vamos solicitar as imagens para ajudar na identificação. Caso sejam identificados, os envolvidos poderão responder por assédio e lesão corporal. Nesse caso, não é uma simples lesão, porque vem acompanhada de um machismo. Muitos homens acham que a mulher, por estar no meio de uma festa, tem que estar disponível. Há portanto uma postura machista embutida nessa ação. Portanto, vamos indiciar os envolvidos por esses dois crimes [assédio e lesão corporal]", explicou.

Classificação Indicativa: Livre

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