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Vídeo: maior obra hídrica do país, transposição do São Francisco rompe em PE

Publicado em 14/06/2017, às 10h25   Redação BNews


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A obra da Transposição do São Francisco apresentou mais um problema no trecho pernambucano. Em Custódia, a construção do canal rompeu, provocando vazamento de água. O trecho onde ocorreu o incidente integra o Eixo Leste e foi o primeiro a receber água do Velho Chico com destino à Paraíba. 
O fato virou assunto nas redes sociais, com questionamentos em relação à qualidade da engenharia. O prefeito da cidade de Sertânia, Ângelo Ferreira, que fica a 40 quilômetros de Custódia, confirmou o vazamento ao Blog do Magno Martins. Segundo o gestor, a empresa responsável pelo trecho já conteve o vazamento para evitar danos maiores. A obra é de responsabilidade do Ministério da Integração Nacional e já está em construção há dez anos. O custo do projeto é de R$ 8,2 bilhões.
De acordo com o ministério, a vazão ocorreu próximo ao reservatório Copiti, entre Sertânia e Custódia, e já foi totalmente controlada. A nota informou também que equipes das empresas responsáveis trabalham no local para realizar o reparo na drenagem interna da estrutura. Não há nenhuma vítima e nenhuma casa de comunidades da região foi atingida, já que a água seguiu por um riacho até chegar ao Rio Moxotó. Ainda, segundo o ministério, será realizada uma análise técnica para averiguar o motivo do vazamento.
Em Custódia, onde ocorreu o incidente, neste sábado (9), a água chegou em fevereiro deste ano, um percurso de quase 100 quilômetros a partir da captação do Rio até a quarta Estação de Bombeamento Vertical (EBV) do trecho, equipamento que leva a água a alturas em que o fluxo não consegue seguir por gravidade. A terceira EBV do Eixo Leste foi inaugurada com pelo presidente da República, Michel Temer.
Vários trechos da obra foram construídos e, com a falta de continuidade, apresentaram rachaduras, fissuras e até sinais de abandono (mato crescendo em meio aos canais). Há pouco mais de um ano, os incidentes foram relatados pela reportagem do Diario. Na época, o Ministério afirmou que os reparos são de responsabilidade das construtoras, que tem o contrato de entregar a obra em plenas condições, sem custo extra ao governo federal.
Prioridade do Governo Federal, a maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil, quando totalmente concluída, vai atender mais de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Eixo Leste já está completamente em testes, com água em todos os equipamentos. Já o Eixo Norte, ainda tem um trecho com licitação em andamento e tem previsão de entrar em testes de operação ainda neste ano.
A obra foi inciada em 2007 no governo Lula e tinha previsão de entrega em 2010, ao custo de R$ 4,5 bilhões. A construção amargou paralisações, contratos interrompidos, precisou ser relicitada em vários trechos e viu o valor quase que dobrar. Durante o governo Dilma Roussef, a obra sofreu dois grandes reajustes, quando foi para R$ 6,7 bilhões e, em seguida, aos R$ 8,2 bilhões atuais.
A vazão das águas da Transposição do Rio São Francisco para a cidade de Monteiro, no Cariri da Paraíba, sofreu redução após o rompimento de um trecho. Uma equipe da TV Paraíba esteve em Monteiro e registrou que o volume da água que corre ao longo do canal construído ao longo da cidade está com menos força. A régua que mede o volume da água, inclusive, está marcando apenas 32 centímetros de água e não mais 60 como nas últimas semanas e o volume do rio estreitou ao menos dois metros.
O abastecimento de água na cidade, no entanto, não foi afetado. Isto porque, devido as águas das últimas chuvas na região e da transposição que estava acumulada no açude, a água segue sendo liberada com a mesma força através das comportas da Barragem São José para o açude de Poções, e por conseguinte, para o açude de Camalaú e de Boqueirão.

Classificação Indicativa: Livre

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