Vereador de Vera Cruz dispara críticas a secretária de Saúde do município: “Não podemos ter estagiário de luxo”

O vereador Jorge Rasta, do município de Vera Cruz, denunciou a secretária de Saúde do município, Loise Santos Oliveira, por uma série de supostos erros na administração da pasta. Em seu perfil próprio do Instagram, o parlamentar começou denunciando uma possível demissão de uma funcionária da pasta por motivos pessoais.

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Teve uma seletiva na prefeitura para técnicos e enfermeiros, e uma funcionária me chamou dizendo que a secretária iria demiti-la, e que ela [secretária] iria fazer isso na seletiva. Eu a procurei e questionei sobre essa funcionária, ela me perguntou ‘olha ela tem um problema pessoal, você já soube?’, eu falei ‘não e não me interessa, porque é pessoal, se fosse profissional eu ouviria’, e eu vi o resultado da seletiva, a secretária não deu a pontuação na entrevista, o que gerou praticamente a demissão. Então a procurei e ela disse, no gabinete do prefeito, que ela tinha perdido, eu falei ‘não’, para quem sabe, na entrevista o entrevistador dá a nota que ele quiser, se ele quiser dá nota zero ele bota. E ela tentou demitir por um problema pessoal dela, que não vale a pena aqui dizer, mas eu posso provar por que tem a funcionária que continua trabalhando, pois eu pedi ao prefeito e ele atendeu, o nome dessa atitude se chama assédio moral

O vereador tem um projeto chamado Blitz da Cidadania, onde ele faz visitas pelo município de Vera Cruz atrás de checar denúncias de possíveis erros da administração pública. De acordo com Rasta, após o caso da enfermeira, a secretária convocou uma reunião com funcionários da pasta com o intuito de sabotar o projeto do parlamentar.

“Nos últimos dias que fiz a blitz, ela convocou todos os funcionários, os de Barra Grande, de Aratuba, e assediou moralmente esses funcionários os constrangendo. Estive na última sexta-feira numa UPA e não fui bem atendido, inclusive mentiram para mim, mentiram para o poder legislativo. Lá tinha pia quebrada que foi trocada na madrugada, lá faltava remédio, lá não tem nem esterilizador”, disse o vereador.

Ainda de acordo com Rasta, Loise Oliveira estava gestante no último ano e não cumpriu sua licença maternidade. “Se uma pessoa que está com um bebê recém-nascido, numa pasta de extrema importância como é a Saúde, por que qualquer outra pasta ela pode funcionar no automático, mas a Saúde não pode ficar no automático”, completou.

Outra denuncia feita foi da doação de caixas de remédios para a Secretaria de Saúde de Itaparica, município o qual o prefeito é o pai de Loise Oliveira. “Recebi também denúncia que a mesma está dando caixa de remédio à Secretaria de Saúde de Itaparica enquanto que nos nossos postos está faltando. Não tem a mínima condição dela continuar na pasta, pois não podemos ter estagiário de luxo”, declarou Rasta.

“Nós temos denúncia de funcionários que falaram da fraude na seletiva, ela quer botar um grupinho de amigos dela, nós não podemos permitir esse tipo de atitude de desrespeito ao poder público, de desrespeito a Saúde da nossa cidade, e aqui eu proponho a criação de uma CPI para investigar a fundo a atitude da secretária de Saúde de Vera Cruz, senhora Loise Santos Oliveira, que está destinando remédios da nossa cidade para outra cidade”, comentou.

Para finalizar sua série de denúncias, o vereador falou sobre um caso que aconteceu durante o auge da pandemia da Covid-19 no município. De acordo com ele durante o período, ele ligava para a secretária com o intuito de informar que famílias estavam contaminadas pela doença, e a mesma respondia “Manda para Itaparica, vai de topic”.

A reportagem do BNews entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Vera Cruz para saber a versão da pasta sobre os acontecimentos. De acordo com a pasta, a falta de medicamentos nos postos de saúde da cidade ocorreu devido à falta de insumos e matéria prima no mercado internacional.

Ainda de acordo com a pasta, ainda que não tenha sido o caso, o repasse de medicamentos entre município pode ocorrer devido a um princípio do SUS, a regionalização, em que a prefeitura pode emprestar ou ceder por permuta esse tipo de mantimento.

Confira a nota completa da pasta:

"A Prefeitura de Vera Cruz, através da Secretaria de Saúde, vem esclarecer que:

- A dificuldade na entrega de medicamentos ocorreu na cidade, assim como em todo o Brasil, pela falta de insumos e matéria prima no mercado internacional para compor as substâncias - o que gerou o desabastecimento de remédios, não apenas na rede pública, mas também nas farmácias e rede privada. Houve atraso nas entregas da cidade pelos fornecedores devido à indisponibilidade no mercado.

- A falta de medicamentos em Vera Cruz não se deu, portanto, em nenhum momento, por causa de repasse para a prefeitura de Itaparica.

- Para garantir que não haja falta de medicamentos, a Prefeitura de Vera Cruz ampliou o estoque dos remédios mais procurados pela população.

- Ainda que não tenha sido o caso, a Prefeitura de Vera Cruz lembra que o repasse de medicamentos entre municípios pode ocorrer devido ao princípio básico do SUS -  regionalização - no qual uma prefeitura pode, em caráter de empréstimo ou permuta, ceder e/ou receber entre seus entes públicos federativos, itens, como medicamentos ou insumos, dentro dos princípios legais do SUS, não sendo portando algo ilegal como faz parecer a suposta denúncia."